quinta-feira, 28 de dezembro de 2017

STEWART E CAUÃ- AMOR QUE MUDA


Stewart é um homem já com cinquenta anos, olhos de um azul acinzentado,cabelos grisalhos, baixo, é considerado por todos como um homem de muita sorte por ter uma esposa amorosa, companheira; filhos educados, bons, que trabalham com ele na construtora- uma empresa já bem conceituada na cidade e região. Ele é um homem mal-humorado, ingrato pelo que tem e cruel às vezes com quem está ao seu lado, sem falar na sua ambição sem limites.
Um dia ao amanhecer ligaram para ele dizendo-lhe que Cauã, seu filho caçula havia recebido um tiro em um bar e que a ambulância o havia levado para o hospital.
O mundo havia desmoronado em sua cabeça e Stewart estava pálido, sem forças nem para falar algo.
Sua mulher, Ellen, não parava de chorar e pedir para irem ao hospital. Quando chegaram descobriram que o rapaz estava em coma e que agora era só esperar ele acordar, ou não.
Os corações estavam esmagados pela dor e o medo da perda, os olhos estavam cheios de angústia e desespero.
Enfim o viram e o choro foi inevitável, pois a morte era iminente.
Depois de uma semana Cauã acordou, porém, sem movimentar-se e sentiam sua agonia pelo seu olhar. Alguns minutos depois seus pais voltaram para seu quarto e ele percebeu em seus olhos que havia algo de errado com ele e quando seus pais lhe disseram que ficaria paraplégico devido o tiro foi a morte para ele. Ele se revoltou, gritou, esbravejou e não aceitava de jeito nenhum sua nova condição de dependente dos pais e irmão até adaptar-se. Ele lhes disse que era melhor ter morrido e que aquilo não era vida. Seus pais tentavam acalmá-lo e dar-lhe uma força que naquela hora nem imaginavam ter, mas eram seus pais e eles tinham mais do que amor para lhe dar, eles tinham a obrigação de fazê-lo persistir e continuar lutando, acreditando em si mesmo.
 Os dias passavam, ele começou fazer fisioterapia, terapia e sua aceitação começou a aparecer, embora superar aquilo em sua alma nunca chegasse a acontecer. Cauã foi para casa e muita coisa havia mudado para que ele se sentisse melhor acomodado e se adaptasse melhor a cadeira de rodas que seriam agora suas pernas. Ele recebeu algumas visitas, que na verdade foram constrangedoras, pois aquelas pessoas não sabiam como lidar com a situação: o que fazer ou não, o que dizer ou não.
Bernardo, seu melhor amigo desde a infância foi o único que não o tratou com diferença, como se ele fosse um coitadinho, ou exagerou nos elogios para com ele. Eles conversaram muito, Cauã desabafou e ambos choraram, se abraçaram e logo depois estavam fazendo piadas um com o outro.
A nova vida do rapaz não era nada fácil e algumas vezes teve o desejo de jogar a toalha, mas talvez tudo tenha um propósito maior, pois isso tudo causou uma mudança imensurável em Stewart, no jeito dele de comportar-se, pensar. Ele se tornou um homem mais doce, gentil até mesmo na empresa e em especial em casa com a família. Ele ficou mais próximo dos filhos, começou a ser mais carinhoso com a mulher, pois enfrentou uma possível perda de alguém que ama e isso o devastou por dentro e também o impulsionou a ser quem é hoje. Ellen além de ter fibra, docilidade,generosidade, ela é uma mulher de fé e estava agradecida a Deus pelas mudanças do marido que há muito vem pedindo. Na verdade, todos estavam agradecidos e surpresos pelas mudanças tão rápidas e notáveis nele. O rapaz voltou a cursar a faculdade de administração, sair com Bernardo e ter uma vida mais normal possível, como a que levava antes do ocorrido. Ele estava começando a sentir vontade de viver de novo e a paz, a alegria começava a acontecer naquele lar. Eles começaram a acreditar em felicidade.
De vez em quando Cauã se sente deprimido e revoltado pelo acontecido, mas quem não? A vida é cheia de altos e baixos e no caso dele, assim como de qualquer deficiente, também encontra-se a adaptação as coisas que eram tão simples de fazer que nem percebemos, mas que agora é preciso esforço e força de vontade para fazer.
 Um passo e uma conquista de cada vez.

sexta-feira, 22 de dezembro de 2017

SIANA E RAEL


Siana é uma bela mulher, no entanto, ela estava bem longe de se sentir bela, o complexo com seu corpo tão magro e alto a fazia sentir-se estranha. Ela sentia que todas as roupas que vestia não lhe caíam bem, porém, muitas mulheres que a conheciam  invejavam-na, pois pensavam justamente o oposto. Para elas, tudo  o que Siana vestia ficava perfeito.
Um dia, no bar com amigas, ela conheceu Rael, um rapaz bonito, grande, discreto e muito charmoso, de olhos claros. Ela o achou bem novo para ela, porém, sua maturidade e seu olhar de encantamento enquanto a olhava chamou sua atenção. Ela não compreendia o que ele via nela para olhá-la daquele modo e suas amigas ali, tão lindas e sozinhas. Eles conversaram por uns minutos e logo ela o deixou para ir dançar com as amigas após trocarem telefones.
Ela se divertiu bastante, mas seus pensamentos não saiam daquele rapaz que enchia sua imaginação de imagens inimagináveis.
Quando chegou em casa, já quase amanhecendo deixou-lhe uma mensagem de texto desejando-lhe um ótimo domingo e foi dormir. Às três da tarde, assim que acordou deparou-se com várias mensagens dele e seu sorriso iluminou-se.
Eles ficaram conversando por mais de uma hora e então combinaram de sair a sós.
Foi um dia maravilhoso. Eles passearam, almoçaram juntos, conversaram, riram muito e perceberam que entre eles haviam  muitas coisas em comum, inclusive a musica predileta. Em um momento do passeio Siana olhou-o nos olhos enquanto estavam sentados na praça observando o mundo a sua volta e fez a pergunta que quis fazer há muito tempo. Por que eu?
Ele segurou suas mãos, beijou- nas e então respondeu.
 _Porque você é a mulher mais incrível que conheci nos últimos tempos e é linda, delicada, como uma rosa na roseira.
Seu coração estava quase saindo do peito de tão feliz e ela teve a certeza de que o queria na sua vida.
Eles começaram a namorar e sempre saiam com as amigas dela e os dele. Eles obviamente discutiam como qualquer casal, ficavam sem falar até que um cedesse e se entendiam. Siana passou a se amar mais, ou amá-lo tanto que ele a ensinou a se amar.
Estar com alguém que te faz sentir completo, bem consigo mesmo e também na companhia do outro é o que faz a vida valer a pena, além de família e amigos.

segunda-feira, 20 de novembro de 2017

VIVIAN E O PODER DE LUTAR


Era um dia bem chuvoso e frio e Vivian se perdia em seus pensamentos sobre quem realmente era e para que razão estava nesse mundo, enquanto tentava ler um livro.
Vivian é uma moça trabalhadora, que desde muito pequena ajudava a mãe cuidar dos três irmãos mais novos. Ela muitas vezes deixava de brincar e se divertir para dar banho, comida aos irmãos, ou apenas distrai-los, enquanto a mãe cuidava da casa. Outras vezes ela cuidava da casa e a mãe cuidava dos menores. Ela sempre foi uma moça exemplar, pois sua mãe era muito rígida com ela e só começou a sair com colegas da escola, conhecer rapazes quando o caçula já passava dos oito anos de idade. Ela se tornou uma mulher triste, sem crença e sem esperança, ou motivação para ir atrás do que desejava, pois na verdade, ela nem sequer sabia o que realmente desejava. Ela se via sem rumo, sem perspectiva de vida. No entanto, ela não queria o mesmo destino da sua mãe, uma mulher solitária; frustrada com a vida que tinha e ela se culpava muitas vezes por ter nascido quando a mãe estava no auge da adolescência, sem nenhum preparo para a vida. Ela sentia ter atrapalhado a vida da mãe e Luiza também nunca lhe demonstrou afeto de mãe, o que fazia com que essa culpa e peso em seu coração só aumentasse, apesar de Luiza ter lhe dado comida, um teto, a vestiu e calçou, ela apenas necessitava urgentemente de carinho.
Webert, o caçula, era o mais apegado a ela, e ela em muitos momentos sentia-se como sua mãe e ia dormir em sua cama juntinhos, transferindo calor e amor  um para o outro.
Vivian é atendente de caixa num supermercado próximo a sua casa, assim não precisa gastar muito tempo e dinheiro com transporte e é tanto trabalho que não tem tempo para si mesma.
Ela espera um dia casar-se com um homem bom e ter um filho para cuidar.
Webert sempre lhe promete que será rico e lhe dará a vida que merece, pois ela é como uma mãe para ele e ela sempre se comove. Ele é sua inspiração para não desistir de viver, ela sente vontade de lutar para que ele se sinta orgulhoso dela.
Ela começou estudar e hoje está cursando pedagogia para quem sabe futuramente ensinar o que ensinava aos irmãos quando pequenos. Ela sabe que perdeu muito tempo em sua vida, mas nunca é tão tarde assim para começar algo, é o que Webert, seu maior incentivador lhe diz diariamente.
Sua desesperança foi desaparecendo e uma luz no fim do túnel apareceu, o brilho em seus olhos voltou depois de muitos anos apagados. Ela começou enxergar algo que sua alma já tinha esquecido: alegria, perspectiva de vencer. Ela voltou a acreditar. Quanto tempo irá durar não se sabe, mas enquanto ela tiver Webert contigo ela terá ânimo e força para alcançar seus objetivos, não deixar de sonhar.
Sua mãe e irmãos moram em outra casa enquanto ela alugou um quarto para morar e o irmão mais novo se juntou a ela. A relação com a mãe continua difícil, mas espera que um dia Luiza a perdoe e elas possam ter uma relação com mais cumplicidade, amizade. Ela e os irmãos tem uma relação de união  que ela nunca irá querer destruir.
Ela é uma nova Vivian, uma mulher que aprendeu sobre seus desejos, que tem metas, sonhos e que não abre mão deles por nada, exceto por Webert, seu filho do coração, por quem daria a vida, pois seu coração há muito tempo já pertence a ele.

sexta-feira, 10 de novembro de 2017

ELOÁ E O DOM


Eloá é uma menina que mora no interior de Minas Gerais, seus pais são separados desde o seu nascimento, pois seu pai sempre que bebia tornava-se agressivo até sua mãe não suportar mais tudo aquilo e fugir com a filha.
Sua mãe é diarista numa casa de um dos homens mais conhecidos e ricos da região norte do estado, mas mesmo assim ela  e Eloá passam por necessidade dentro de casa. A menina sempre fora privada de brinquedos caros, roupas e calçados de marca, sempre recebiam doações e eram gratas, pois Dione mal tinha condições de sustenta-las com o básico e pagar as contas da casa, como: aluguel, água, luz, gás, remédios quando a menina adoecia.
Eloá às vezes chorava em um canto de saudades do pai, mas ela também entendia que ele fazia mal pra elas, embora ainda tão pequena, já tinha passado por coisas que a fizeram amadurecer um pouco mais que outras crianças de seis anos.
Ela era séria, muito tímida, porém, ainda conseguia sonhar com um mundo mágico em sua cabeça e imaginação de criança. Ela sonhava em trabalhar e ser muito rica igual as meninas que ela via na escola onde estudava durante o dia, para que sua mãe pudesse trabalhar tranquila. Ela poderia ter tudo que quisesse e daria um monte de coisas para sua mãe para ela sorrir de novo. Ela poderia até viajar para ver seu pai, que para Eloá, ele ainda era seu herói, apesar dele fazer as duas chorarem tantas vezes nas noites em que chegava embriagado em casa e quebrava quase tudo que tinham por qualquer motivo tolo. Ela ainda o amava e sentia falta dele, que era tão carinhoso e brincalhão com ela quando estava sóbrio. Eloá sonhava em ser médica para cuidar dos pacientes, fazê-los sarar, assim como fazia com sua boneca Carlota, que muitas vezes ela sujou de tinta e depois passava pano e limpava e dizia que sarou. Coisas de criança.
Dione ficava tão orgulhosa da filha e sempre a incentivava a sonhar, a acreditar que ela podia tudo se acreditasse em Deus, em si mesma, estudasse muito e fizesse sempre o melhor que pudesse.
 Eloá cresceu e estudou arduamente até conseguir passar para a faculdade federal de medicina. Dione ficou tão orgulhosa de sua filha que esse sentimento mal cabia em seu peito.  Ela continuava como diarista e o pai de Eloá tinha falecido um ano antes, devido a problemas no fígado, causados pelo excesso de álcool. Ele entregou-se ao álcool definitivamente quando sua filha foi tirada dele daquele jeito e infelizmente não teve força interior suficiente para lutar contra o vício, ou aceitar internação para se recuperar, invés disso, ele simplesmente bebia dia e noite até morrer.
Quando Dione soube culpou-se por ter afastado a filha dele, mas temia pela segurança das duas, por isso havia fugido para bem longe. Embora Eloá nunca tivesse culpado a mãe, ela se sentia mal por não passar mais tempo com ele, andava muito triste, queria desistir de tudo e ir para ver o pai pela última vez, no entanto, elas não tinham dinheiro para viajar. Elas estavam muito deprimidas e sofriam em silêncio, nada como o tempo para superar. Ela voltou a estudar com afinco e quando se formou em medicina, ela soube que era um dom que Deus lhe deu e lutaria por seus pacientes com todo o amor que recebeu. Afinal, ser médico é cuidar do dom que Deus deu com carinho e o dela era ser uma médica carinhosa e dedicada aos seus pacientes. As vidas delas mudaram d'agua pro vinho e hoje ela é rica; dá tudo que pode para a mãe sorrir; porém, não poderá reencontrar seu pai um dia, mas ele estará sempre onde ninguém tira: seu coração.

quarta-feira, 1 de novembro de 2017

RAMBO-O CÃO GUERREIRO


Rambo é um cão chiuaua de pêlos negros e marrons. Ele é doce e brincalhão, mas quando se depara com um estranho ou cachorro grande, ele vira valente e enfrenta latindo, rosnando sem parar.
Um dia ele estava dormindo e logo sonhou. No sonho se transformou em um cão guerreiro e forte.
Rambo usava um lenço vermelho amarrado no pescoço e estava com sua família em um vale onde foram cercados por muitos lobos.
Estes rosnavam e todos estavam muito amedrontados, pois temiam ser devorados por  aquela alcatéia feroz.
No entanto, Rambo não ficou quieto, pois defenderia sua família até o fim. Ele rosnava e ia para o ataque tentando mordê-los usando toda sua força para machucá-los, e apesar dele ser tão pequeno e eles rirem dele, os lobos admiravam sua coragem e lealdade.
Muitas vezes os lobos o mordiam e o jogavam longe, ele porém, não desistia e voltava ganindo de dor e os enfrentava. O pai e o garoto tentaram afastar os lobos jogando  umas pedras que encontravam no chão, mas os lobos aproximavam deles e Rambo os defendia. A mãe e o bebê apenas choravam assustados. Todos gritavam: vai Rambo, nos salve. Você consegue!
Ele juntou todo esse incentivo, lembrou-se dos filmes de Jack Chan que assistia junto com o garoto e pulou no pescoço de um deles, mordeu depois fez o mesmo em vários outros até o restante desistir e irem embora.
Todos o abraçaram muito gratos por Rambo ter salvado as vidas deles. Durante o sono Rambo rosnava, mexia as patas e parecia muito bravo, mas quando ele acordou estava todo feliz depois de ser um guerreiro em seu sonho, embora ninguém em sua casa saiba.

sábado, 21 de outubro de 2017

O ANJO VIRA FERA



Aline é uma menina doce; alegre; tímida em algumas situações e está sempre sorrindo; faz o possível para agradar a todos ao seu redor e faz o que pode para que muitos gostem da companhia dela, embora depois que gostam ela não entende o porquê. Uma garota de aparência comum, simples, sem nada tão atrativo, é inteligente, mas isso nem sempre é suficiente. Ela gosta de viajar de ônibus sem destino; fazer trilhas até se deparar com lindas cachoeiras nas férias; ir para as baladas com as amigas; fazer churrasco em família; beijar sem compromisso; gosta de todo tipo de música; ama fazer suas aulas de Hip Hop e dança moderna, enfim, ama fazer vários estilos de dança. Ela trabalha todos os dias no auto-falante em um aeroporto e nos fins de semana dá aulas de dança gratuitamente para as crianças de seu bairro.
Embora pareça ser perfeita, ela é brava, às vezes má, do tipo que fica cega de raiva e é capaz de tudo quando essa raiva enfurecida aparece, embora tente se controlar. Ela é do tipo que não briga, não é de xingar, não é de chorar, mas acumula tudo dentro dela; raiva, mágoa, cansaço, stress... até que uma hora tudo junta e explode. Infelizmente sua família acaba pagando, pois ela fica revoltada por dentro e a amargura aparece em suas palavras.
 Aline um dia ficou tão enfurecida com seu irmão mais velho, Dean, porque ele a provocava dizendo que ela ficaria solteirona e dançando de bengala até ficar travada. Ela de repente começou a estapeá-lo, dar socos em seu peito até que ele muito espantado com a reação dela segurou suas mãos e mandou-a parar e ela não conseguia mais conter um choro convulsivo cheio de tudo que tinha restado dentro dela. Foi para o quarto, ligou o som no máximo e dançou expressando tudo o que sentia com as lágrimas caindo em seu rosto e quando já estava exausta deitou no chão e dormiu ali  com seu coração já limpo e puro como a inocência de uma criança.

sábado, 14 de outubro de 2017

ROXANE E CHRISTOPHER-PARTE 2


Como dito anteriormente, Roxane e Christopher pretendiam marcar um encontro e ele finalmente aconteceu. Em um bar onde podiam conversar tranquilamente, tomarem um suco e ouvirem boa música ao vivo.
Naquele lugar eles deram risadas, olhares se encontraram, afinidades apareciam e diferenças tambem. Explodia dentro deles uma satisfação enorme por estarem ali um com o outro e uma atração irresistível surgiu. Quando eles chegaram na casa dela, finalmente o beijo de tirar o fôlego aconteceu, mas também foi o beijo mais especial que ela já teve. Dali em diante, eles passaram a se encontrar várias vezes, ele preparava um jantar para ela em seu flat, e às vezes ela fazia algo para ele na sua casa. As famílias se conheceram e se gostaram. Começaram a namorar e ambos estavam felizes na companhia um do outro, ninguém pensava em casamento, pois, como estavam era perfeito. Quando havia algum tipo de discussão em que poderiam se magoar cada um ia para sua casa refletir e no outro dia conversavam e faziam as pazes. Ela saia com os amigos e ele com os dele, saia para jogar bola, tomar uma cerveja com os amigos... Cada um tinha seu espaço e quando estavam juntos faziam coisas para se divertirem. Roxane engravidou e foi ótima surpresa para ambos. Eles tinham maturidade suficiente para terem um filho, e guardavam um dinheiro para quando viessem os filhos. Apesar dela ser mais rígida e ele mais maleável, ambos concordavam quanto a educação da criança. Roxane cortou o cabelo; tingiu-o de preto, assim daria menos trabalho, já que não poderia usar químicas no cabelo; começou cuidar da alimentação e fazer caminhadas após o serviço. Filho muda toda a rotina de alguém, no caso dela foi para melhor, por enquanto. Ele começou a trabalhar mais; acompanhá-la no médico e exames sempre que podia; fazer as compras para chegada da filha. Emily nasceu linda e saudável. Ele cuidava do bebê tanto quanto Roxane, afinal, eram os pais dela. Quando Emily cresceu passava uns dias com ele, outros com ela, como se fossem um casal separado, mas estavam juntos e Emily acostumou-se com isso e era feliz assim. Na escola todos pensavam que seus pais eram separados, mas se davam bem e ela nunca desmentiu. Seus pais estavam felizes e raramente sentia uma tensão de briga entre eles. Ela descobriu que um casal pode ser feliz junto, embora não precisem morar juntos e dividir a mesma casa. Para Roxane e Christopher, essa relação simplesmente funciona, embora muitos os critiquem, mas eles estão bem assim.

quinta-feira, 12 de outubro de 2017

ADRIANE E O JARDIM AMALDIÇOADO


Adriane é uma moça simples e seu melhor hobby é cuidar do jardim de sua casa. Ela todas as manhãs cuida do jardim como se fosse um bebê, até conversa com as flores, deixando-as com pétalas lindas, um jardim exuberante. Porém, em uma tarde, na qual ela foi regar suas plantas como faz todas as tardes, parecia que haviam jogado um feitiço sobre seu jardim. As flores estavam murchas, as folhas das plantas secas e aparentemente mortas, mas quando foi tocar nelas todos pareciam criar vida de uma forma sinistra e misteriosa.
Elas começaram a se aproximar dela e uma das plantas prenderam as pernas e braços dela com a raiz a derrubando no chão enquanto folhas fechavam sua boca para ela não gritar.
As plantas puxaram-na para o porão e lá ela ficou presa até o amanhecer no dia seguinte. As plantas voltavam lindas para o jardim e lá ficavam até o fim da tarde. Um certo momento a mãe procurava pela filha aos prantos, sem saber o que aconteceu. A filha nunca saia de casa sem avisar. Eldora abriu a porta do porão, mas estava trancado e ela gritou pela filha, que não respondia. Ela tentou derrubar a porta, mas era inútil, então chamou o Seu Marcos que ensinou Adriane a cuidar do jardim. Seu Marcos confessou à dona Eldora que ele mesmo jogou o feitiço nas plantas quando o demitiram para fazer os gostos de uma garota mimada, porém, nunca imaginou que elas a sequestrariam.  Ele então falou umas palavras de bruxaria e jogou sobre o jardim e as que estavam no porão, através de um pequeno vitrô que dava para o jardim, um pó que as fizeram voltar ao normal. Ele pediu perdão e   salvaram Adriane. Elas o admitiram e ambos cuidavam do jardim juntos, agora mais por medo do que pela competência de Seu Marcos. Por que não chamaram a polícia para prendê-lo? Mas quem acreditaria nelas, visto que o jardim está perfeito? Às vezes é melhor conviver com o silêncio e com a insegurança do que falar demais e ser ignorado

sábado, 7 de outubro de 2017

ROXANE E CHRISTOPHER


Roxane é uma moça linda, que tem andado confusa com seus pensamentos. Ela não sabe se o que sente é apenas carência ou realmente está a fim de Christopher e não sabe se é recíproco o interesse. Ele é um rapaz simpático, educado e lindo, que ela conheceu no serviço dela como vendedora numa loja de sapatos.
Ela nunca foi do tipo baladeira e que sai por aí beijando todo rapaz que ela acha gatinho. Ela compreende e até inveja o tipo de vida de algumas, mas esse não era o tipo dela, não faz parte de sua personalidade, ou educação recebida dos seus pais. Na verdade, ela quase sempre só saia com eles e a irmã caçula.
O primeiro rapaz que beijou foi aos 20 anos e ela achou um pouco estranho. A maioria dos rapazes com quem ficou, que não foram muitos, ela encontrou na net, pois sua timidez e falta de crença nela mesma não permitiam que tomasse atitude quando se interessava em um deles. Sempre foi caseira e suas amizades virtuais  lhe fazem companhia quando não está trabalhando, estudando, assistindo tv, filme, ou conversando com os pais.
O dia em que ela encontrou os olhos de Christopher, ela pensou perceber algum interesse da parte dele e seus sorrisos, sua voz quando falava com ela nas poucas vezes que o atendeu dava a entender que ele estava a fim e isso a fez fantasiar vários encontros , conversas e beijos entre eles. Ela achava que estava enlouquecendo, que não parava de pensar nele e esperava encontrá-lo todos os dias na sapataria, porém, sempre voltava frustrada e decidida a esquecê-lo. Todavia, logo desistia e voltava a pensar nele novamente.
 Um belo dia recebeu um buquê no serviço e quando viu de quem era e leu a mensagem logo perdeu o ar, esqueceu-se de onde estava e seu sorriso transbordava felicidade, pois ali mostrava que ele estava tão interessado quanto ela e dali em diante  não teve nenhuma dúvida sobre o que sentia por ele. Eles começaram a conversar por telefone e mostrar quem eles realmente são e se encontrarão em algum momento. Se este encontro será como imaginaram, só eles saindo para saberem e verem no que vai dar... Talvez em um beijo no fim de tirar o fôlego

domingo, 1 de outubro de 2017

RUDI



Rudi é uma baratinha muito esperta, que mora com sua família de baratinhas, dentro de um closet, atrás de caixas de sapato, as quais os protegem do frio congelante, e de possíveis predadores.
Quando bate a fome, dona Rara sai em busca de alimentos no quarto das crianças, onde sempre se encontram pedaços de bolachas, bolos, doces, miolos de pão, assim ela levava o maior pedaço que conseguia para matar a fome dela e dos filhotes. Ela saia rezando para não ser vista por Gatolini, a gata da casa, ou alguém da familia, visto que eles mataram seu marido, o sr. Pando, com inseticida e chineladas. Quando chegava no esconderijo deles as baratinhas ficavam agitadas por causa da fome e da alegria e dona Rara precisava ser rígida com eles, ou nem ela comeria nada, pois sempre avançavam sobre o alimento. Rudi era sempre a que avançava primeiro e sempre dizia a sua mãe que quando fosse adulta se aventuraria e sairia daquela casa para conhecer o mundo que ela imaginava. Dona Rara temia pela coragem e audácia da filha, mas sabia que ela era capaz de tudo, portanto, nunca a limitaria àquele pequeno espaço em que viviam. Seus outros filhos nunca pensariam o mesmo, para eles aquela casa já era aventura o suficiente.
Rudi se despediu de todos e saiu pela noite muito cautelosa para que nem a gata, nem a família a vissem.  Quando chegou na rua foi um momento de muita adrenalina e medo, pois tudo era tão diferente e grandioso em relação ao que ela imaginava. Ela teve vontade de voltar para casa, mas não seria covarde, iria seguir seu sonho de conhecer o mundo, e se caso morresse no caminho ela estaria realizada por ter tomado a atitude de sair em busca do que sonhava. Rudi comia comidas de lixeiras que encontrava nas ruas, quando via algo ameaçador ela se escondia em bueiros, com nojo, mas era a única maneira de se salvar. Ela conheceu o rato Póquer, um ratinho vivido e experiente nas ruas e ele a ajudou a andar nas ruas, escapar das armadilhas que poderiam encontrar. Ela se sentia segura com ele e muito grata pela ajuda. Nas noites mais geladas eles iam para o bueiro onde ele morava e ali ficavam protegidos do frio e de predadores. Ela chorava de saudade e esperava um dia voltar e rever sua família, mas agora seguiria em frente. Ela conseguiu sair da cidade após agradecer Póquer pela grande ajuda e passou por vários lugares, onde num desses lugares encontrou Tartum, um barata  tão aventureiro como ela, e juntos saíram em busca de mais aventuras. Um dia ela voltou com ele para a casa onde ela morava e reviram os irmãos e suas famílias. Sua mãe infelizmente tinha morrido na procura de alimentos e depois ela foi ao bueiro para reencontrar seu amigo Póquer e seguiram os três em busca de aventuras mil. Vida de barata não dura muito, mas Rudie vive como quer e é feliz até quando der.

sábado, 30 de setembro de 2017

PABLO E CLARA-AMOR PELA DANÇA


Pablo nasceu no interior do Maranhão, numa família grande e humilde, que muitas vezes já passou fome, sem contato com internet, celular ultramoderno, ou roupas da moda. Pablo sonhava quase todos os dias que era um dançarino na academia de dança Bolshoi, um renomado bailarino, mas seus pais sempre diziam que aquilo não era trabalho pra homem, que ele tinha que acordar e trabalhar com o avô, que era sapateiro, que sonhar era perda de tempo e era frustrante, já que sair dali era impossível, visto que não tinham dinheiro pra comprar nem comida, imagina sair dali. Ele ficava muito triste e sua alma se afundava em desesperança.
Um dia o seu amigo Brian falou-lhe sobre um tio que estava vindo de São Paulo para revê-los, revisitar os locais da infância e que agora trabalhava numa escola de dança. Prometeu-lhe que falaria dele para o tio, e então Pablo voltou a ter esperança, que no fundo nunca morrera por completo. Quando o tio de Brian o conheceu e pediu-lhe que dançasse como nos seus sonhos, por incrível que pareça ele dançou com uma leveza e força de tirar fôlego. Parecia algo de Deus. Julio, o tio de Brian, ficou impressionado e conversou com os  pais de Pablo e  os convenceu a deixar o filho ir e investir nos sonhos que nunca devem morrer.
Pablo foi embora no dia seguinte após muito choro e abraços já saudosos. Ele ficou encantado com São Paulo e também amedrontado pelo seu tamanho e perigos. Chegando na escola de dança, que também tinha quartos para alunos que vinham de longe, ele se emocionou com a estrutura, era tudo tão novo para ele, que começou a dançar sem parar, pondo toda sua emoção ali.
Clara o viu e ficou emocionada com a dança dele, pois era lindo como se expressava. Eles ficaram amigos, contaram suas histórias de preconceito, mas ao contrário dele, os pais a apoiavam na dança.
 Ela veio do interior de São Paulo, ficava fascinada com todo tipo de dança desde pequena e vivia dançando pela casa. Começou dançar balé aos quatro anos, tendo que andar de ônibus cerca de quarenta minutos pela rodovia todo fim de semana para dançar. Todavia, ela era diferente das outras meninas, vestia roupa delicada de balé,  mas no dia a dia vestia-se com roupas despojadas, esportivas e largas, tênis ou bota e passou a interessar-se por garotas, o motivo do preconceito que enfrentou até chegar na capital. Ali ela percebia um pouco de preconceito, mas bem menor do que numa cidade do interior. Ali onde ela expressava tudo que sentia e o que queria sentir pela dança. Na verdade seus pais a incentivaram ir para a capital para dançar para não ter tanto falatório e olhares maldosos para a filha. Ela amou a escola de dança, pois ali podia fazer o que mais amava e também encontrou sua namorada, Joany, linda como Clara, mas é mais delicada e meiga. Elas eram muito discretas e respeitosas para com os outros, assim como qualquer casal deveria ser em público, só ficavam juntas no quarto em que dividiam, mas fora dali eram como amigas e todos amavam-nas, mesmo sabendo do relacionamento delas. Pablo e Clara davam-se muito bem, quando precisava de um parceiro de dança, ele era o par perfeito, uma sincronia sem igual. Joany compreendia e tornou-se amiga dele também, embora não tinham a afinidade e sincronia na dança que ele e Clara possuiam.
Um dia a academia Bolshoi passou em algumas escolas de dança em São Paulo para fazerem testes e trazer dois pares para a academia e quando viram os dois pares dançarem logo os classificaram para os testes finais e assim como eles dois certamente passaram, também Joany e Lucas passaram e assim as duas ficariam juntas e Pablo realizaria seus sonhos de todas as noites. Ele se interessava pelas garotas lindas e algumas bem  interessantes que estudavam ali como ele, embora seu foco fosse apenas aproveitar a oportunidade  que estava tendo na academia  dos sonhos: dançar.Grande parte do salário que recebiam ali para estudar dança ele enviava para a família por vale postal pelos correios, visto que os pais não tinham conta no banco.  Ele estava realizado e dançava com a alma para si mesmo e para o mundo com sua parceira de dança, Clara. Ambos torcendo para que suas famílias aceitassem as diferenças, assim como os outros deveriam e esperavam que as pessoas mudassem seus pensamentos e atitudes com os outros. Eles queriam que as pessoas vissem que arte ajuda a acabar com qualquer preconceito.

domingo, 24 de setembro de 2017

OURO, PRATA E BRONZE


Em um dia chuvoso de Fevereiro nasciam três lindas meninas praticamente idênticas fisicamente, Vanessa, Anabelle e Joana, a primeira se destacava por seus grandes olhos castanhos; a segunda por uma pinta do lado esquerdo da boca; e a terceira era um pouquinho mais magra do que as outras, mas fora isso todas tinham as mesmas características- olhos amendoados, morenas, poucos fios ondulados de cabelo, covinhas nas bochechas e dobrinhas que davam vontade de morder.
Seus pais, Caren e Ricardo, estavam radiantes de felicidade e ao mesmo tempo preocupados, como dariam conta de três sozinhos? O sonho deles era terem filhos, mas um de cada vez e como não chegava já com oito anos casados resolveram procurar um especialista, fizeram os exames e o resultado foi que os óvulos de Caren não estavam tão bons, ela, no entanto, teve que fazer um tratamento antes da inseminação, mas com que dinheiro? Resolveram fazer um empréstimo e se caso não desse certo a inseminação, eles adotariam uma criança, o coração deles escolheria, mas não foi necessário, após um mês do procedimento, ambos muito ansiosos e receosos fizeram um teste de farmácia e para felicidade deles deu positivo e fizeram mais vários outros para comprovar.
Caren fazia o pré-natal certinho, Ricardo a acompanhava nos ultrassons e tiveram um baita susto quando a obstetra lhes disse que seriam três e mais para frente, que seriam meninas. Isso os deixou muito feliz e preocupados, pois após o empréstimo eles ficaram com dificuldades financeiras, ambos não ganhavam tão bem, pois Caren era atendente numa ótica e Ricardo era marceneiro, muito requisitado por sinal, mas mesmo assim agora seus gastos triplicariam com as bebês.Eles porém, não se arrependeram por um segundo e fariam novamente, eles se davam muito bem, conversavam muito, pensavam muito parecidos, tinham carinho e respeito um pelo outro, discutiam às vezes, mas que casal não discute?
A barriga da mãe ficou enorme no fim da gravidez, mas ela ficou ainda mais bela com seu cabelo comprido repleto de cachos, a pele morena jambo, sua estatura mediana, seus vestidos de grávida, todos a olhavam encantados. Ela comprou berços e algumas roupinhas, de resto ganhou tudo no chá de bebê. Isso os aliviou, pois era muita coisa se tivessem que comprar.  
No dia marcado, 4 de Fevereiro de 1987, lá estavam os dois na maternidade esperando a grande hora, fariam cesariana, pois ela temia as dores do parto normal e sua bolsa já havia estourado. O pai assistiria a tudo, porem não gravaria, ela não deixou. Tudo correu bem e às 13:00 horas e com muita chuva lá fora nasciam as meninas. O dia mais feliz da vida dos dois, pois agora eram pais de três lindas e saudáveis bebês.
Apesar da semelhança quase idêntica, a personalidade delas eram bem diferentes- Vanessa mais séria e quieta; Anabelle mais risonha, mas também calma; Joana muito chorona e dengosa, queria ser o centro das atenções.
No passar dos anos essas diferenças se intensificam e Anabelle se torna a mais divertida delas, Vanessa a mais introvertida, séria e Joana a mais mimada, briguenta, pois queria tudo a seu tempo e tudo para ela, sempre possessiva com sua coisas.  Embora seus pais fossem um pouco rígidos quanto a educação delas, especialmente com Joana, que tinha um temperamento mais difícil.
A adolescência aproximou mais Anabelle e Joana, apesar de suas personalidades tão distintas. Elas amavam sair e se divertirem com os amigos em comum. Vanessa preferia ler seus livros de Agatha Christie, pois os romances ela achava ilusão e muito chatos. Com seus olhos grandes e seus óculos com armação mais séria, assim como seu jeito de ser e de vestir, de certa forma a afastava das pessoas, só vivia para estudar. As outras irmãs se vestem de um modo mais casual-calça jeans ou saia, camiseta, tênis ou salto.
Vanessa é advogada e casada, tem um lindo bebê de dez meses, Luan; Anabelle é médica-pediatra e mora só em um flat, Joana é secretária executiva e mora com seus pais e só se reúnem em reuniões de família e é sempre uma alegria aos domingos e feriados, devido a vida corrida de todos.
Elas são tão diferentes entre si que até o gosto para jóias são diferentes, Vanessa prefere o bronze ou algo que imite sua cor, por parecer mais discreto; Anabelle prefere a prata, por chamar menos a atenção do que o ouro; Joana prefere o ouro, pois chama a atenção assim como ela gosta. Elas se amam e podem contar uma com a outra, porém, sem intimidade.
São irmãs e amor delas será para sempre.

CHRISTIAN

Ele  é um negro de altura mediana, muito simpático e educado, porém tímido, que cresceu numa família temente a Deus e desde novinho frequentava a igreja, tornou-se coroinha, onde auxiliava o padre na celebração.
Ele frequentava assiduamente as missas e grupo de jovens, seus pais pensaram que ele seria padre, mas não era seu intuito, pois queria casar-se e formar uma família.
Um dia conheceu Clarice, uma mulher charmosa, na flor dos seus quarenta anos, sorriso alegre, olhos penetrantes e lábios ainda muito sedutores. Ela é uma mulher distinta em seus trajes, no jeito de falar e nos gestos delicados, no entanto, era humilde como ele.
Ele puxou assunto com ela meio receoso de ser rejeitado por ser mais novo, todavia, ela muito educadamente conversou com ele, contou um pouco da sua vida e quem ela era e ele falou sobre a vida dele. Eles ficaram conversando até ele se lembrar de um compromisso na igreja e trocaram telefones. Eles estavam encantados um pelo outro e não queriam parar de conversar. Numa noite estrelada ficaram trocando fotos pelo whatsapp, onde ele conheceu o filho dela, Leonardo, de 13 anos- eles se falaram por mensagem de voz por horas, nas quais sonharam com uma vida juntos, fizeram planos, como se estivessem juntos há um longo tempo. Os pais dele viram a foto e não gostaram por ela já ser mãe de um menino daquela idade, mas como seu filho já havia namorado uma mulher de trinta quando ele  ainda estava com 18 anos, eles não se importaram muito. O importante era o filho estar feliz e não abrir mão dos seus objetivos e princípios religiosos. Ele trabalhava com o pai na alfaiataria e pretendia seguir a carreira tão bonita e rara aos seus olhos. Eles foram atrás do padre da paróquia, onde ele frequentava e no mês seguinte o padre os abençoaria. Eles seriam uma família: Christian, Clarice e Leonardo. Christian sentia-se plenamente realizado e feliz, pois trabalha com o que gosta, teria uma família maior, e continua servindo e amando seu Deus.

LUPY E O DRAGÃO MAGO

Lupy é um garotinho de cinco anos, de pele rosada pelo frio, que mora com seus pais nas montanhas na região mais fria da Carolina do Norte, EUA. Lá ele não tem amigos da sua idade para brincar, então brinca sozinho no vilarejo, até numa manhã gélida, próximo a padaria onde ia comprar pães junto com sua mãe encontrou algo estranho se mexendo na mata e ele muito curioso foi a procura e acabou encontrando um filhote de dragão
O animal ficou quieto por medo e tremeu. Lupy aproximou-se do dragão, que se encolheu arrepiado e o pegou no colo, o aquecendo com sua jaqueta, o dragão acabou se aninhando ao menino devido o calor que vinha dele. Quando Lupy mostrou sua mãe o pequeno animal, sua mãe se assustou e não queria que ele levasse aquele animal, que ele era perigoso, mas ele prometeu cuidar de Mago, seu novo amigo, e sua mãe acabou concordando. Eles o levaram para casa.Seu pai achou-os completamente loucos, porque era um dragão e deve ser muito perigoso, soltar fogo pelas ventas, como nos filmes.
E Mago cresceu juntamente com Lupy e sempre que um urso pardo ou lobos apareciam para atacar seu amigo, Mago o defendia como uma fera defende seus filhotes. Ao contrário do que imaginavam, Mago era um animal dócil, domesticável, exceto quando seus donos estavam em risco. Ele quando pequeno dormia ao lado da cama de Lupy, mas quando cresceu  muito o colocaram no galpão ao lado da casa. Lupy e ele eram inseparáveis, menos quando ele ia ao trabalho, ou namorar uma bela camponesa chamada Estela, uma loira alta, pele rosada, que conheceu quando terminava seus estudos. Lupy amava ficar ao lado do seu melhor amigo e com o passar do tempo ele descobriu um poder mágico de Mago. Ele envia raios solares em dias nublados clareando o dia e também envia arco-iris para encantar as pessoas, fazê-los felizes. Essa era sua missão. Um dia depois de anos, Mago já estava velho e Lupy já casado morava numa casa próxima a dos seus pais e de Mago, pois sabia que a hora do seu amigo estava chegando ao fim e isso partiria seu coração estar longe. Ele era grato por te-lo por tanto tempo, assim como seus pais. O dia mais triste da vida de Lupy foi quando Mago morreu devido a idade, seu pelo já estava  branco, seus caninos tinham caído, assim como maioria dos seus dentes e se cansava muito mais. Foi um dia doloroso, com muito choro de todos, muita tristeza, mas gratidão por toda alegria que ele lhes trouxe. Hoje Lupy arrumou um cachorro para seus filhos, pois sabe da importância de ter um amigo de verdade, porém, nunca esqueceu nem esquecerá de Mago, pois ele trouxe alegria na sua vida e cor para sua alma.

REX E O REINO DOS DINOSSAUROS

Em lugar muito distante, em um mundo fantástico, existe um reino onde o tiranossauro Rex reina. Um reino onde existem pessoas e dinossauros, mas ao contrário do que pensam, é um lugar de paz, bom convívio entre animais pré- históricos, seres humanos e outros animais, como mamutes, tigre dente de sabre entre outros. Todos ali se respeitam. Rex tem seu amigo e seguidor, o piterodactilo, Stol. Ele é encarregado de dar notícia de tudo que acontece no reino. Se alguém desobedecer as leis dali a punição é a prisão na solitária por três dias em um cubículo, só com água e pão. Se alguém do seu povo permanecer desobedecendo suas leis, a prisão se estende para os humanos e os dinossauros ganham uma bela mordida do rei. Assim volta a ordem e a paz no reino novamente. Rex é um rei justo e generoso, assim como seus soldados dinossauros. Eles até ajudam uma mulher carregar uma sacola, ou a criança para ela não levar peso. Os dinossauros filhotes brincam com os outros filhotes de animais. Os dinossauros e humanos se cumprimentam, conversam como se fossem todos iguais. Para o rei não há diferença, todos são iguais em direitos e deveres no seu reino.
Um dia chegou um tiranossauro rei de outro reino, Zak, para fazer uma visita cordial e quem sabe fazerem negócios e ficou indignado ao ver como funcionava aquele reinado. No seu reino, apenas viviam dinossauros, pois haviam devorado todos os animais que haviam antes deles surgirem. Quando a fome bateu, Zak e seus soldados começaram a devorar alguns animais e inclusive um dos dinossauros, que era soldado de Rex, por ter defendido o povo do seu rei. Quando o rei Rex soube do que houve ficou muito zangado com o visitante, pois ninguém deveria tocar no seu povo ou soldado sem sua autorização.
Foi uma confusão quando Zak adentrou o palácio, os dois discutiram muito, pois ambos discordavam das atitudes um do outro. Até que finalmente Rex expulsou Zak e seus soldados do reino, pois ali não era lugar para eles e Rex fez uma homenagem ao soldado que defendeu seu povo com um belo banquete e belas palavras ao falar.
Quando o rei Rex andava calmamente pelo vale próximo ao seu reino, que ele ia para esquecer dos problemas do palácio de repente foi preso pelos soldados de Zak, o rei malvado tinha ficado muito bravo, pois ninguém o tinha expulsado de nenhum reino. Ele queria matar o rei e assim assumir mais um reinado, mas felizmente haviam soldados do rei Rex por perto e comunicaram a todo o povo. Todos se juntaram e acabaram resgatando o seu rei, e matando Zak com mordidas, trombadas, facadas, etc... pegaram os dinossauros para serem seus soldados também. Foi um momento de muita celebração, pois o mal perdeu mais uma vez e o rei está bem, venceu junto com a força e união do seu povo para salvá-lo.

GIOVANNI


Giovanni é um homem que nasceu na região da Toscana, na Itália, onde sua família trabalha no cultivo de uvas e após a colheita produzem um dos melhores vinhos da região. Ele assistia pessoas tocando violino pela tv e se apaixonou. Pediu aos pais um  daqueles para tocar e também pediu-lhes para morar com os avós em Roma, assim poderia treinar e aprender tocar o violino. Ele foi morar com os avós e entrou numa aula para aprender tocar o instrumento. Passava horas e horas treinando. Seu sonho era entrar para a filarmônica de Roma. Esta é a mais bem conceituada sobre concertos em toda a Itália. Ele ensaiava arduamente todos os dias, nem saia de casa. Seus avós até se angustiavam com tamanha dedicação, pois temiam que adoecesse. Um dia de céu bonito resolveu sair um pouco para espairecer e viu numa placa em frente ao teatro: inscrições para audição da filarmônica, até sexta-feira. Seus olhos brilharam. Ele não podia acreditar no que lia, sua chance de realizar seu sonho. Chegou em casa e mal comeu, já começou a ensaiar. Era meia noite quando foi tomar um banho e cair exausto e esperançoso na cama.
No outro dia, na sexta-feira acordou bem cedo, organizou suas partituras, guardou seu violino e partiu para o teatro. Ele estava nervoso, muito ansioso, nem sequer conseguiu comer de tanta ansiedade. Assim que se inscreveu ele viu que tinha que enfrentar muitos outros candidatos, a sala estava cheia de gente para a audição, mas somente cinco entrariam. O nervosismo de Giovanni só crescia com o passar das horas, mas quando chegou sua vez ele quase desistiu por medo de não conseguir. Era o melhor da turma de violino, mas ali certamente haveriam outros muito bons, ou melhores do que ele, suas mãos tremiam. Ele tomou um gole d'agua, respirou fundo e subiu no palco para a audição. Ele estava tranquilo agora, fez o melhor que pôde e assim que acabou, ele suspirou aliviado. Quando acabou a audição e todos foram ouvidos e julgados pelos jurados, ele descobriu que foi o segundo melhor e foi o dia mais feliz de sua vida. De agora em diante tocaria em vários concertos pelo país ou até pelo mundo, e sua família se encheria de orgulho dele.

ALEXIA


Alexia é uma mulher linda, leve, livre, independente, que odeia se sentir presa em algum lugar, ou a alguém. Saiu da casa dos pais assim que acabou o período de experiência no trabalho e alugou um flat. Ela é super organizada e metódica, gosta de tudo no lugar que acha correto. Uma jovem que trabalha duro todos os dias como designer gráfica, e em quase todos os fins de semana sai pra baladas e dança, bebe com as amigas, beija vários rapazes e depois volta de táxi para casa. Quando não sai ela assiste filmes, ou séries na Netflix só comendo pipoca no sofá, ou lê algum livro.
Num sábado saiu com as amigas e bebendo só percebeu que tinham colocado algo no seu copo quando sentiu os olhos pesando, uma tontura e quando acordou estava numa cama, só com lençol a cobrindo, roupas dela espalhadas pelo quarto, se arrumou rápido sem saber onde estava e quando olhou sua bolsa, não havia cartão, celular nem dinheiro na bolsa. Ela saiu desorientada  chorando e ligou num orelhão pro 190, disse o que aconteceu e assim que apareceram fizeram um B.O e a levaram para casa. Ela ligou do telefone fixo bloqueando  o cartão e o celular. Ligou para a amiga aos prantos contando-lhe o que aconteceu e estava grata por não ter morrido. Prometeu a si mesma que nunca mais beberia tanto e que cuidaria mais de si mesma de agora em diante. Iria ao medico para fazer exames e ter certeza de que estava saudável. Foi um dos dias mais terríveis de sua vida, chorava muito  e sabia que teria tenebrosos pesadelos durante a noite. Na segunda compraria outro celular e voltaria a sua rotina de sempre, porém, sem as baladas por um tempo. Alexia sendo a mulher leve e livre de sempre.

REBECA E OS SONHOS FALIDOS


Rebeca é uma mulher de personalidade forte, que trabalha numa multinacional e convive todo dia com a pressão que  os chefes exercem sobre os funcionários para a empresa atingir seus lucros. Ela  namorou o Giovani por um ano e foram morar juntos, então  precisou trabalhar para ajudar seu marido a pagar as contas, foi quando engravidou de gêmeos e agora tinha que cuidar de filhos, nos quais ela sempre sonhou ter, mas sonhar nunca é igual a realidade. Sonhar é sempre lindo e perfeito. Ela às vezes arrependia-se de não ter estudado e formado para ser enfermeira- chefe. No seu trabalho, como costureira de enxovais hoje ela trabalha por 12 horas e descansa da empresa por 36 horas, porque vida de dona de casa, esposa e mãe nunca para, ou tem descanso.
Ela convive com cerca de 25 pessoas  no seu turno e muitas vezes volta para casa esgotada, física e mentalmente e acaba descontando em todos. Lidar com pessoas por tanto tempo, diariamente começa fazer enxergar nos outros apenas os defeitos, o stress , cansaço aumentam e tudo, todos se tornam insuportáveis ao seus olhos. O coração endurece com as dificuldades da vida e ela começa repensar sobre suas escolhas que hoje não têm mais volta. Em muitos momentos, o único desejo é gritar, deixar tudo que a prende ali e sair pelas ruas sem rumo.
Um dia ela foi procurar uma amiga psicologa, que após desabafar-se, Rebeca recebeu o melhor conselho, ela deveria começar a olhar apenas as qualidades de cada um, lembrar-se sempre porque​ gostou e se afinizou com a pessoa, é a melhor maneira de lidar com tantas pessoas diferentes diariamente. Ninguém é perfeito, na verdade, muitas vezes, Rebeca se via com mais defeitos do que os seus colegas, ou até mesmo, maiores do que suas próprias qualidades. Andava se sentindo mal quando analisava sua vida, pois as crianças faziam muita bagunça em casa, choravam, gritavam e seu marido não lhe prestava mais atenção, não lhe dava carinho nem elogiava. Ela se sentia a pior das mulheres.
O dinheiro que ganhavam mal dava para pagarem as contas, fazerem as compras do mês. Economizar era algo impossível, fazer uma faculdade era impensável. Ela já não tinha sonhos, pois acreditava que os que teve já estavam falidos.
 Ela começou a viver os conselhos da amiga  no trabalho e realmente funcionou. Ela começou a voltar menos estressada para casa e estava um pouco mais relaxada, pois além daquele conselho, Catarine disse para ela fazer algo só para ela, que lhe fizesse bem. E Rebeca começou a fazer artesanato depois que Giovani saia para o trabalho, por meia hora, pelo menos antes das crianças acordarem e ela ter os afazeres da casa. Ela começava se sentir um pouco mais satisfeita, mas estava longe de ser feliz. A vida era assim. Cheia de altos e baixos, e em certos momentos, muito baixos. Nada parece dar certo, tudo dá errado, tudo quebra em casa, só gastos inesperados. Ela espera que na próxima vida tudo seja diferente e melhor do que a que tem hoje e seu coração volte a ser doce como o que foi no começo.

SUZIE


Suzie é uma criança que vai todos os dias a escola, estuda, brinca com as colegas, e quando volta para casa mal troca de roupa  já vai brincar de boneca, sobe em árvores, brinca com vizinhos de esconde-esconde, queimada e amarelinha, janta com a familia e vai dormir.
Mas um dia, ela brincando na rua com os vizinhos numa rua sem saída a bola escapa pra rua movimentada e sem pensar ela sai correndo para buscar e acaba sendo atropelada por uma caminhonete.
É tanta gritaria, desespero, choro, chama adulto pra ajudar, sirene chegando para acudir.
É ralação pelo corpo todo, braço quebrado, dias sem brincar direito.
São dias de tédio.. um mês depois o gesso some, os arranhões também.
A alegria retorna e Suzie volta a ser a de sempre.

LOREN, A ITALIANA


Todas as manhãs Loren tomava seu café, arrumava sua bolsa e saia para trabalhar às sete e cinquenta, seu trabalho ficava a duas quadras da sua casa.
Em um dia nublado ela acordou atrasada, seu despertador não funcionou. Ela saiu apressada sem  tomar seu café, estava atrasada para o trabalho. No meio do caminho, naquela rua de pedras, seu salto quebrou e ela precisou chegar descalça no serviço. Meu dia hoje está difícil, mas vai melhorar_ logo pensou.
Isabelle, sua amiga, logo emprestou-lhe um de seus sapatos reserva que guardava no armário. Ela ficou grata a amiga e  na hora do almoço sempre iam ao restaurante ao lado, onde ela comia seu rondele e tomava seu suco e a amiga um espaguete a bolonhesa e conversavam. Depois  do trabalho como sempre ia a casa de sua mãe fazer-lhe uma visita e conversar, mas naquele dia nublado  quando ia saindo uma chuva fina começou a cair, sua mãe emprestou-lhe um guarda chuva e com o vento forte ele simplesmente voou fazendo-a parar embaixo de um toldo  de uma mercearia, onde ela esperou a chuva cessar e logo voltou para casa e foi dormir sonhando com o dia que tivera e desejando no fim de semana dar seu costumeiro passeio pelas ruelas de Veneza e talvez encontrar seu verdadeiro amor.

LUIGI, O HOMEM DOS NÚMEROS


Luigi é um rapaz que desde criança era muito obediente, respeitava as regras dadas, na verdade, sempre o trataram como um homem, um adulto e exigiam dele  tal comportamento, seguir todas as normas e padrões. Os pais o obrigavam a participar de campeonatos de matemática, assim melhoraria seu currículo para a futura vida profissional. Ele chegou a ganhar quatro medalhas de ouro e duas de prata e conheceu muitos lugares, nos quais competiu.
Ele hoje com dezoito anos trabalha como auxiliar contábil, pois sempre teve habilidade com números e cálculos, ele tem estudado contabilidade e se sente realizado. Nascera de uma família de classe alta, seu pai era advogado há anos e montara um escritório, onde já era famoso na cidade de São José do Rio Preto, por sempre ganhar as causas que aceitava e seus irmãos seguiram a profissão do pai. Na verdade, o pai também esperava que ele fosse um advogado, mas no fundo, ele sabia que não tinha a ver com Luigi.
Ele pretende entrar numa empresa grande assim que se graduar, pois já tem experiência na área, o que ajuda muito. Luigi é um homem alto, de pele clara, com cabelo escuro, liso e comprido. Apesar de muitos o apelidarem de nerd e ele realmente aparentar por seu jeito sério, tímido, introspectivo​ de ser, ele às vezes é brincalhão e divertido a sua maneira fazendo todos a sua volta darem muitas risadas.
Muitos perguntariam, ele não tem nenhum hobby, só estuda e trabalha?
Sim, ele toca violão para relaxar, tocando suas músicas prediletas da década de 80, especialmente de rock, apesar de ser novo.
Ele um dia recebeu uma mensagem pelo whatsapp, do amigo que fizera na época dos campeonatos de matemática, Júlio. Ele o convidara para se reunirem  com outros amigos da época em uma lanchonete e neste encontro  deparou-se com uma negra de cabelos cacheados e com toque de luzes para iluminar-lhe o rosto, lábios carnudos e bem desenhados que em um batom vermelho carmim chamava bastante a atenção, olhos cor de mel, alta como ele, seu nome era Sara. Ele não conseguia parar de observá-la e ela timidamente começou a conversar com ele e foi se soltando, algumas vezes dando sua risada marcante. Ela gostou bastante de sua conversa com ele, que não era nada tediante como imaginara. Na verdade, todos nós temos preconceitos sobre algo, é impossível não ter, visto que fomos educados pelos pais e pelos outros  a julgar situações, aparências e comportamentos dos quais não estamos acostumados no dia a dia.
Os amigos se divertiram bastante e marcaram de se encontrarem mais vezes, o que não aconteceu. Exceto com Luigi e Sara, que começaram a sair, se conhecerem, divertirem-se juntos e a alegria dela traz mais cor e leveza a seriedade dele. Ele aprendeu a sorrir mais, o que o tornava mais bonito e atraente para ela, além de aprender a fazer carinhos, enfim, ele aprendeu a demonstrar afeto, algo que nunca teve por parte de sua família, pois eram todos muito formais.  Na verdade, Luigi aprendeu a viver com leveza e saber o que é amar e ela aprendeu muito sobre como administrar sua futura clínica de fisioterapia, pois aos 22 anos ela se formou em fisioterapia e no momento trabalha numa clínica como funcionária para conseguir experiência e estava amando. Eles namoram há seis meses e quando completar um ano de namoro ele pretende noivar com ela, pois ele era assim, apesar de mais leve, ele ainda seguia padrões e espera formar uma família sólida como a sua, mas cheios de afeto como a família de Sara. Daqui dois anos quando formar-se ele ajudará a sua futura esposa a montar e administrar a tão sonhada clínica dela, ela cuidará dos pacientes e dos funcionários; e ele dos números. A família quase perfeita.

LEONA


Leona era uma criança linda; alta,  de olhos castanhos, corpo mignon, ingênua, não conhecia totalmente as partes ruins e difíceis da vida. Até que do nada começou sentir dores nas mãos, pés e com o passar do tempo, em mais articulações. Ela e seus pais foram a inúmeros médicos, ela fizera diversos exames de todos os tipos e nada era descoberto, mas finalmente, depois de um longo ano de dores; noites sem dormir com a mãe, Laura, do lado; perdendo aulas; o pai, Gregory, tendo que levá-la no colo para não ter tanta falta; sem conseguir andar direito pelas manhãs; uma médica especialista a diagnosticou, como Artrite Reumatóide Juvenil. Somente ela e seus pais sabiam  pelo que passavam, mas impossível descrever aos demais. Toda a família sofria ao vê-la perder peso, tomando vários medicamentos nas crises, sofrendo. Leona muitas vezes pensou em parar de lutar, mas resistira ao máximo, lutava fazendo fisioterapia constantemente por causa dos pais. Ela foi crescendo e suas limitações, deformações,  só aumentavam devido a doença. Ela não suportava a dor ao andar e precisou se render a cadeira de rodas depois de uma certa relutância por parte dela e dos pais, mas ao contrário do que pensavam, foi a melhor atitude que tomaram. Ela começou a ver o que antes não dava para observar através do carro. Antes, até andar em casa era muito doloroso para ela, devido as sequelas deixadas pela doença. Seus pais sacrificavam suas vidas e sofriam escondidos por causa dela, pois ambos sentiam-se impotentes ao verem a filha naquela situação e eles sem saberem o que fazer para acabar o sofrimento. Ela sofria dobrado, pois além das dores havia também o sentimento de peso, de  sentir que só atrapalhava as vidas de quem ela tanto amava.
Na escola não era muito diferente, especialmente quando havia festinhas e via todos dançando e ela ali presa àquela cadeira.
Na vida de Leona também havia muitos momentos alegres com suas amigas; reuniões em familia,  horas de muitas risadas; conversas
 de adolescentes; ela dançava no seu jeito e limite, pois ainda ama dançar.
Chegou a ficar alguns anos sem andar nada após uma cirurgia que infelizmente não deu o resultado esperado e nesse meio tempo, seu pai Gregory adoeceu e quase um ano depois eles perderam-no. Foi muito difícil para ela, já que seu pai era um pai maravilhoso e muito companheiro, mas pior ainda foi para sua mãe, Laura, que teve que tomar conta de Leona e administrar uma casa agora sozinha, lidar com seu outro filho que estava rebelde na adolescência sem aceitar bem a morte do pai. Leona fez várias cirurgias, continuou o tratamento e felizmente voltou a andar e isso deu um pouquinho de independência para ambas, mas só depois de mudar de estado e começar a faculdade de letras tudo melhorou. O tratamento totalmente diferente tem dado ótimo resultado a olhos vistos, pois hoje ela trabalha e faz o que antes não conseguia sozinha, apesar dela querer fazer muito mais, ajudar mais sua mãe, mas sempre que se esforça mais suas dores a vencem. Fez amigos, conheceu muita gente, estuda italiano.  Ela teve muitas paixonites, tanto na vida real, quanto na virtual, mas nenhum se tornou namorado, teve poucos ficantes. Ela não é santa, nem pretende ser, mas também não é qualquer uma e se orgulha disso. Só espera um dia se sentir amada por alguém real, pois de virtual ela já se desiludiu muito. Ela só queria se sentir bonita e interessante como tantas mulheres que ela vê, conhece e que com certeza não pode competir, pois os homens não conseguem vê-la além dos seus limites.
 Como será o fim de  Leona? Arrumará um namorado algum dia? Ela deixará de se sentir um peso para quem ama e um incômodo para as pessoas quando sai para passear nas ruas com sua cadeira?

LORENZO, O FIM PASSIONAL


Lorenzo é um rapaz sempre passional nos seus dezesseis anos,  sempre fora passional desde quando era criança, adorava brincar, correr e quanto mais crescia pior ele ficava. Ele é bem magro, baixo, usa um cabelo tipo moicano com as pontas de um loiro amarelado, usa um bigode fino e apaixonou-se quase veneramente por Sophie, uma bela moça, de estilo rockeiro. Ela vivia falando sobre músicas de rock e ele ouvia o tempo todo em seus fones de ouvido, já havia decorado a maioria das favoritas dela. Era uma paixão sem limite algum, mas ela o achava sinistro demais, ela sentia medo dele e ele não tinha nada a ver com ela.
Um belo dia ele a viu ficando com outro garoto do estilo dela e Lorenzo ficou louco de ciúmes. Ele não poderia fazer nada com ela, que era sua diva, nem com o carinha, então só restava sumir daquele mundo, já que não podia tê-la com ele e começou pesquisar vários meios de acabar com sua própria vida. Algo doloroso que o faria se crucificar por não ter capacidade de fazê-la ama-lo?ou algo indolor e rápido, para fazê-lo sofrer menos? Não queria fazer aquilo em sua casa, seria muito doloroso para sua família olhar naquele quarto ou banheiro e vê-lo morto, mas precisava encontrar o lugar perfeito urgentemente. Ele não suporta mais viver sem tê-la ao seu lado, era melhor acabar logo com tanto sofrimento,  tanta angústia no peito. Ele descobriu uma casa abandonada no centro da cidade, um lugar perfeito para seguir seu plano e partir desse mundo. Ele deixou uma carta bem emocionante para seus pais e irmão sobre o quanto os amava e pedia perdão por estar fazendo o que iria fazer, mas que não suportava mais aquele mundo e aquela angústia.
Ele foi para a casa abandonada, tomou cinco comprimidos do antidepressivo da mãe  e enquanto não fazia efeito ele escreveu a carta para Sophie  dizendo o quanto a amava e que por não suportar mais vê-la com outro e o evitando feio bicho  horrendo e bravo ele iria partir e para sempre.  Ele meio embriagado por causa dos remédios pôs a carta já endereçada na caixa de coleta e voltou para a casa velha, arrumou a corda  e a amarrou no pescoço, quando viu que estava num sono insuportável ele empurrou o banquinho e enfim realizou seu desejo.
Foi um dia de muita tristeza e sentimento de culpa por parte dos pais que se puniam severamente pelo que o filho fez, e na carta estava dizendo onde seu corpo estava e correram para lá chamando a polícia, necrotério e todas aquelas coisas que envolvem morte... Tristeza, choro, silêncio fúnebre devido o ocorrido. Sophie assistia a certa distância aquele enterro com lágrimas no rosto e culpa no coração, pedindo a Deus que os perdoasse. Ela por ter feito ele chegar àquele ponto, mesmo sem querer e ele por ter feito aquilo. Um dia todos irão se perdoar, pois nenhum na verdade teve culpa dele ser quem era e nem de sua louca obsessão por ela. Ela e nem ninguém é obrigado a corresponder ao sentimento do outro, se é que o que ele dizia sentir era realmente amor, mas agora tanto sua família quanto Sophie tentam seguir em frente.

DOROTHY E ESTEBAN


Dorothy é uma delicada, meiga e educada mulher na flor da juventude aos vinte anos, mas ela perdeu a filha de dois anos com leucemia há poucos meses atrás, e fora um tempo muito difícil para ela e o marido Germano, um homem mais maduro, porém charmoso com seus cabelos grisalhos, alto, corpo magro, tradicional nos seus cinquenta e três anos, mas também foi ainda mais difícil para Clara, pobre menina, com a delicadeza e meiguice da mãe, olhos puxados de oriental e alta como o pai. Era uma menina tão linda e risonha, falante, porém, a vida precisava seguir e o casamento deles continuar normalmente na medida do possível, só que a vida não é assim.  A relação deles foi ficando cada dia mais rotineira, sem emoção, sem carinho, nem faziam mais amor há um bom tempo. Às vezes ela desconfiava que não sentia mais amor pelo marido e que talvez ele até a traísse. Homens dificilmente ficam muito tempo sem mulher, ou então ela não o atraisse mais. Ela ficava tão insegura, até que numa tarde de  outono em maio, enquanto dava um passeio pelo calçadão de uma das  praias mais belas de Florianópolis, vestida com um vestido longo estampado, um suéter vermelho, devido ao vento frio do fim da tarde, e quando sentou-se no banco para pensar em sua própria vida, reavaliando seus sentimentos, sentindo a falta de Clara, lágrimas escorreram de seus olhos. Em um certo momento, após secar os olhos olhou para o bar e viu seu marido com a mão na perna de uma morena de belas curvas, cabelos compridos ondulados, e beijando-a de um jeito insaciável. Ela o abraçou como se se conhecessem há muito tempo e enganando-a. Ela ficou furiosa e foi embora jogando a sua aliança no chão, pois daquele dia em diante estava só, mas livre de um casamento morto. Ela lhe enviou um SMS informando o que tinha visto e que o casamento acabou. Ele apenas respondeu-lhe que não queria mais e que mais tarde passaria para buscar suas coisas.
Ela andava apressadamente devido a raiva e alívio quando esbarrou-se sem ver e quase caiu quando Esteban a segurou com sua mão firme, seu corpo definido, de camiseta e short mostrando as suas pernas brancas torneadas, os seus olhos eram de um verde que mais pareciam a extensão do mar, o seu rosto quadrado, seus lábios desenhados e quando seus olhos se encontraram com os dela emitindo um desejo  irresistível e sua mão firme segurando tua cintura causou-lhe um profundo arrepio pelo corpo.
Germano foi a sua antiga casa buscar suas coisas e não a encontrou, pois nessa hora ela já havia se entregado aos braços fortes e ao desejo deles no iate dele que velejava por aquele lindo e imenso mar sob um quadro negro chapiscado de estrelas. Fora um noite tórrida de prazeres e cada vez que se encontravam mais ela aprendia sobre novos prazeres em seu corpo e em lugares nunca imaginados, mas também conhecera muitas coisas boas que a vida podia oferecer, mas sem nenhum envolvimento emocional entre eles, apenas luxúria em todos os sentidos.
Ela nunca esqueceu ou esquecerá Clara, ela foi e é sua filha, sempre tem memórias lindas sobre ela e a amará eternamente, mas nessa hora ela precisava de um tempo de alegria para si. Ela não tinha ilusões sobre ele, sabia que não era única a desfrutar daquele corpo que a levava as nuvens, então se protegia e sabia que quando ele se cansasse dela ela simplesmente voltaria a focar mais no seu trabalho como auxiliar de cozinheira num restaurante da cidade. Se  um dia aparecesse alguém para realmente ter um relacionamento o viveria, mas agora só queria viver um dia de cada vez colada ao corpo quente de Esteban.

JACK- A PLUS SIZE MODEL


Jackeline é uma linda garota com seus dezessete anos; inteligente, meiga, carinhosa, alegre, de personalidade forte, morena de olhos castanhos, baixa e anda enfrentando muito preconceito ouvindo brincadeiras que mais machucam do que fazem sorrir, críticas feitas ao seu sobrepeso.
Seus pais tentam fazê-la emagrecer  levando-a a aulas de balé, natação, artes marciais, tudo que a faça perder peso e não sofrer o que ela vem sofrendo. Ela é muito ansiosa, e quanto mais ela tenta fazer as vontades dos outros e sente frustrada por decepciona-los, mais aumenta sua ansiedade fazendo-a comer sem limite e escondida. Levaram- na a psicóloga para tratar aquela ansiedade, porque nada que faziam parecia surtir efeito.
Numa manhã fria de Junho ela estava saindo de casa para ir a escola e encontrou um homem muito bonito que a chamou, ela ficou com medo, pois tinha ouvido falar de pedófilos e ele entregou para ela um cartão para ser plus size . Ela pegou o cartão e saiu andando de cabeça baixa sem direcionar os olhos para ele.
Ela pesquisou no Google e viu que era uma agência séria, bem reconhecida e pensou: por que não? Usar sua gordura como vantagem. Ela comentou com a mãe e foram a agência para conhecerem. Ela ficou surpresa com a quantidade de crianças e adolescentes até mais novas que ela na mesma situação. A mãe, Caroline, foi a secretaria para saber como funcionava para a filha poder ser uma modelo plus size e recebeu todas as informações necessárias.  Elas ficaram tristes, pois o book sairia muito caro para o orçamento deles, todavia, ela não desistiu. Jackeline começou vender rifas de seu Notebook novinho na escola, nos cursos de natação, balé e muai-thai para poder pagar o book até que decidiu sair da natação, pois assim economizariam um pouco mais. A vida é feita de sacrifícios, de abrir mão de algo para alcançar o que realmente deseja.
Elas felizmente conseguiram o dinheiro suficiente e fizeram o book. Jack, como era conhecida por todos estava deslumbrante. Tinha um dom para ser modelo e com isso aprendeu a desfilar, pois na agência também fazia cursos para aprimorar seu talento. Ela ficava ainda mais linda enquanto modelava, seja desfilando ou tirando fotos em publicidade de alguma empresa. Conforme o tempo passava ela estava mais ciente do que queria para sua vida e amava ser modelo. Ela sempre cuidava da saúde, pois era essencial para seu trabalho, que mesmo acima do peso tinha que estar saudável.
Jack era muito querida por todos da agência.
Formou-se no ensino médio e prestou vestibular para artes, pois sabia que não poderia ser modelo para sempre,  visto que sua carreira tem prazo de validade e um de seus professores da agência disse que ela poderia fazer aulas de teatro, pois levava jeito para isso. Ela passou para o curso e estava entusiasmada e ansiosa. Ela estudaria pela manhã, o período em que não tinham cursos na agência no Rio de Janeiro. Quem sabe algum dia ela poderia passar em um teste para trabalhar na rede Globo? Seria maravilhoso. Ela chegou tímida na faculdade, mas com o decorrer das aulas foi se sentindo mais tranquila e solta. Ela sabia que no início tudo é mais fácil, mas ela não é de desistir e prosseguiu no curso até o fim. No intervalo conversava com todos e todos se divertiam com ela.
Jack viajou por vários lugares no Brasil e começou a viajar por vários países também. Estava conhecendo muita coisa, aprendendo muita coisa  e estava encantada.
Ela conseguiu um papel na novela das seis como atriz coadjuvante, até conseguiu prêmio no Faustão. E hoje aos trinta e cinco anos aposentou-se como modelo permanecendo apenas como atriz, ou melhor, cada dia uma atriz melhor. Ela participou  da novela depois de um ano como atriz principal do horário nobre orgulhando os seus pais, parentes,amigos e principalmente a si mesma.

SCARLET


Jacob era um menino diferente, talvez mais sensível do que os garotos da escola, ou dos seus três irmãos mais velhos. Ele tinha seis anos e amava vestir as roupas, sapatos da mãe escondido e assistia a sua avó Elizabeth nos filmes totalmente encantado, uma famosa e elegante atriz de cinema da época. Seus pais eram ricos e tinham uma bela e enorme casa num bairro nobre em Recife-PE.
Ele mesmo começou a notar-se diferente com o passar dos anos. Ele recebia muito preconceito vindo do seu pai, irmãos, amigos que tentavam fazê-lo ser e gostar do que não tinha nada a ver com ele.
Ele sofreu muito no início, ainda mais na classe social em que estavam, o status que tinham. Uma certa noite ele não suportou mais deixar de assumir o que ele era e o que gostava e tentou conversar com sua família, mas infelizmente foi em vão, pois só trouxe discussões e nenhuma aceitação.
Ele amava qualquer tipo de arte, tanto que assim que atingiu a maioridade e conheceu Bryan, os dois tornaram-se grandes amigos e Bryan o convidou para ve-lo cantar na noite. Jacob foi e ficou maravilhado com o que via, seu amigo Bryan, que no palco se transformava em Sara Jhones, simplesmente levou a plateia ao delírio dublando Whitney Houston. Ele resolveu que queria ser Drag Queen, já que ele desde pequeno amava se vestir como uma mulher.  Ele agora sonhava em se transformar em Drag durante a noite e arrumar um serviço normal durante o dia, assim talvez o preconceito fosse menor e havia até escolhido o seu nome artístico, Scarlet Elizabeth.
Ele só pensava em arrumar um trabalho urgentemente, pois sabia que quando seus pais soubessem da sua forma de fazer arte certamente o mandariam embora e ele teria que pagar aluguel, pagar contas, enfim, sobreviver, mas feliz. Ele conversou com Bryan sobre suas preocupações e também como se apaixonou pelo trabalho do amigo e se tinha espaço para ele. Bryan prometeu conversar com o dono da boate e ligaria para ele.
No dia seguinte o amigo ligou para Jacob e disse que a partir daquela noite ele passaria a ser Scarlet, mas sem o Elizabeth, pois seria demais. Jacob estava radiante e passou o dia dublando e interpretando como Gabby Amarantos enquanto a casa estava vazia. Ele estava muito nervoso na hora de se apresentar e apesar da timidez e nervosismo ele foi muito bem para a primeira noite. O dono da boate disse que se nos próximos shows ele continuasse tão bem ele seria contratado e ele foi. Ele conseguiu emprego de garçom numa lanchonete do vizinho . Ele finalmente criou coragem para contar para aos pais  e irmãos. Sua mãe desmaiou pelo susto e decepção, foram muitos gritos, confusão e seu pai o mandou embora e ameaçou deserdá-lo. Ele já imaginava e pediu perdão por decepciona-los ou envergonha-los, mas ele não podia deixar de ser quem era e precisava fazer o que gostava. Seu pai e irmãos ficaram furiosos com ele, mas ele não deixaria de ser o que era por causa disso e foi embora. Ficou uns dias na casa dos pais de Bryan onde dividiram o mesmo quarto. Jacob tinha traços delicados, tanto faciais, quanto ao resto do corpo como de uma mulher. Bryan já tinha as feições mais másculas e uma voz grossa, sexy, era ótimo amigo, o que acabou fazendo Jacob se apaixonar e os dois acabaram tornando-se namorados. Scarlet e Sara estavam fazendo cada dia mais sucesso nas noites com suas dublagens e até foram convidados para apresentar em programas de tv, ambos apaixonados vivendo o amor e a fama.
Jacob um dia recebe ligação da mãe pedindo-o para voltar para casa, que ela era sua mãe é o amava como ele era, mas ele não quis por causa do pai e irmãos. Ela disse que eles acabaram aceitando por serem uma família. Ele ficou com receio e disse que estava namorando, perguntou se ele poderia ir junto com o namorado, pois teriam que aceitar os dois, a mãe disse que poderia levá-lo e combinaram de ir almoçar em família no sábado ao meio- dia, pois  a noite havia show e tinha que dormir até umas 11 horas. Foi um resto de semana tenso, eles estavam muito nervosos com esse encontro. Foi o dia mais difícil para ambos, mal dormiram quando chegaram da boate, mas o almoço transcorreu sem discussões, apenas com certa tensão. Um dia eles viverão felizes em familia, haverá uma verdadeira aceitação de todos, mas por enquanto eles convivem com preconceito e fobias da melhor maneira possível e tentam ser eles mesmos sentindo realizados como Scarlet e Sara Jhones. Infelizmente.

SUORI


Suori é uma jovem descendente de japonês, sua mãe é filha de japoneses e seu pai um brasileiro do Ceará, eles moram no Japão. Ela é alta, com corpo atraente, cabelos negros no estilo Chanel, lábios carnudos, trabalha em um telejornal famoso da cidade de Nagasaki, ela é uma jornalista bem requisitada quando o assunto era política. Ela sempre dava sua opinião sincera e sensata sobre os dois lados. Todos respeitavam sua opinião tornando-a famosa até mesmo na mídia.
Um dia ela conheceu um homem muito charmoso, interessante e melhor, muito inteligente e com ótimo papo, algo raro ultimamente. Eles se encontraram na recepção do hotel onde ela se hospedaria naquela noite para no dia seguinte dar entrevista e por coincidência ele já estava hospedado e estava pegando a chave para ir para o seu quarto. Ele começou a falar coisas triviais, como quanto tempo ele se hospedava ali e como sempre era bem recebido e ela disse que era sua primeira vez no hotel e a conversa fluiu, pois ela também sabia falar português fluentemente por causa do pai e ela era muito agradável. Ele morava em São Paulo, mas como um grande empresário de logística sempre tinha reuniões no exterior. Ele era fisicamente atraente e não vivia cheio de si pelo corpo que possuía, assim como ela que precisava cuidar da aparência por ser uma pessoa que aparecia sempre na TV, mas não se preocupava em excesso com dieta ou exercitar-se, que na verdade ela odiava as duas coisas. Ele se interessava pela leitura e estava bem informado quanto as últimas notícias. Era muito charmoso, seu look mais social sem parecer sério demais e sua experiência de um homem de quarenta anos de cabelos grisalhos e ser viúvo o tornava ainda mais atraente. Ela estava completamente encantada, não parava de pensar nele um só minuto, mesmo quando se concentrava no trabalho.
 Gustavo a chamou para jantar com ele, pois detestava fazer as refeições sozinho e assim se conheceriam melhor e ela acabou aceitando. Eles conversaram no restaurante do hotel e combinaram de almoçar juntos no dia seguinte após o trabalho deles e ela não recusou, pois estava amando conhecer um homem tão diferente daqueles narcisistas, alguns loucos e sem conteúdo que vinha conhecendo através de amigos ou internet. Na verdade, os virtuais prevaleciam, pois sequer tinha tempo para falar com os amigos para eles poderem indicar alguém interessante, mesmo que por telefone. Ela sempre voltava para casa frustrada, pois estava cansada dos mesmos tipos falsos de homens, que nas conversas pareciam tão interessantes e nos encontros mostravam-se o oposto e ela ficava entediada todas as vezes e estava desiludida na área sentimental até encontrar Gustavo.
Eles almoçaram juntos e depois foram dar um passeio por Tóquio e ele simplesmente segurou sua mão e sorriram um para o outro em silêncio continuando o passeio como um casal de namorados. De repente, ao entardecer ele a puxou para si e a beijou suavemente, para não assusta-la. Suori tinha trinta anos, havia tido pequenos namoricos, mas nada que durasse mais que seis meses, pois levava os estudos e depois o trabalho muito a sério e muitos homens não sabiam lidar com sua independência no jeito de pensar, especialmente em relação a política, que para a maioria deles era assunto para homens.
Ao chegar em casa, aquela mulher tão linda, de traços orientais e jeito de ser de brasileira, simplesmente se tornava uma menina, que vestia seu pijama azul bebê, prendia o cabelo e comia salgadinhos, lanche, o que tivesse na despensa ou geladeira, assistindo TV no sofá, às vezes assistia até mesmo um desenho animado, um de seus programas preferidos. Ela dava altas risadas em frente a tv antes de adormecer no sofá e acordar a meia noite. Muitas vezes sonhava que era  como uma dessas heroínas de desenho, que veste um macacão sexy e voa para salvar a população de perigos, que lutava contra os inimigos, seu nome nos sonhos era Sayoro, a heroína das urgências, onde ela era uma executiva e ao ouvir seu relógio apitar ela dava uma distraída nos outros e voava para salvar alguém, com seu macacão azul, sua máscara e sua tiara. Sayoro usava seu batom que emitia luzes quentes ou congelantes dependendo da situação; seu relógio também servia para deixá-la invisível, miúda ou gigante e ela sempre se saia bem. Ela às vezes até se reunia com outros super- heróis famosos para combaterem os  inimigos e suas maldades e salvarem mais pessoas. Ela sempre acordava super bem depois desses sonhos, mas naquele dia ela sonhou apenas com Gustavo e foi delicioso.
Ela logicamente nunca mencionara nenhum desses sonhos a ninguém, nem mesmo para sua prima, Sayioko, nem contara sobre Gustavo, ele foi como um sonho lindo que viveu em Tóquio e esse sonho pertencia apenas para ela ou ambos, pois ele certamente a esqueceu. Ele mesmo sem admitir, deveria ter muitas mulheres a seus pés; muito lindas, interessantes e que não pensariam meia vez para passar a noite com ele. Suori apesar de todo seu potencial, inteligência, doçura e profissionalismo nunca se achara interessante o bastante, linda o suficiente para fazer um homem como ele se interessar de verdade por ela e eles moravam muito longe. Ele nunca deixaria uma cidade como São Paulo para morar no Japão por ela e com ela, que já morava só há cinco anos. Ela tentou esquecê-lo e foi visitar os amigos quando saiu do trabalho, foi comer em um restaurante com a prima, passou o fim de semana na casa dos pais, junto com os irmãos gêmeos mais novos, cunhadas e sobrinhos. Tinha agora uma família grande e isso a distraia.
Um dia na correria do seu trabalho recebeu uma ligação, era ele, seu coração pulsava forte, quase ia a boca, ele simplesmente lhe pediu que fosse ao restaurante que ela tinha ido com a prima na semana passada, que ele estava em Nagasaki e precisava vê-la a noite e marcaram horário. Ela procurou chegar em casa mais cedo, se depilou, maquiou-se e vestiu seu vestido mais bonito para impressionar. Eles se encontraram, conversaram bastante e finalmente ele disse que estava ali porque não parava de pensar nela, que pensava estar apaixonado, que aquilo parecia loucura, já que se viram apenas duas vezes, mas que ela não saia de sua cabeça, nem conseguia se concentrar direito. Ela disse que não parava de pensar nele também. Eles se beijaram outra vez e saíram para seu carro, se beijaram mais e foram para o apartamento dela. Lá se amaram e foi maravilhoso, tomaram banho e café juntos e ele perguntou se poderiam morar juntos por um tempo ou seria apressar muito as coisas. Logicamente ela aceitou, pois não conseguia mais se imaginar sem ele ao seu lado. Ele conheceu a família dela em um jantar e todos aprovaram-no. Ela estava uma mulher realizada no profissional e no coração ao lado de quem amava. Agora ela além de sonhar salvando pessoas e lutando contra inimigos, a executiva e heroína Sayoro também tinha seu herói para salva-la e lutarem juntos contra os inimigos da vida real.

STEFANY


Stefany é uma jovem diferente. Assim que ela descobriu mais sobre si mesma resolveu se assumir como era ou queria ser; pintou suas mechas de roxo e azul, suas cores favoritas, usava cores fortes nas roupas, como vermelho, preto, azul escuro, roxo, amarelo, pouco se importando com moda ou críticas.
Tiffany é sua irmã mais nova e totalmente diferente em personalidade, mas fisicamente eram muito parecidas. Baixas, gordinhas, pele morena, lábios carnudos, cabelo cacheado e bochechas rechonchudas. Stefany cortou seu cabelo de forma assimétrica e raspou uma lateral do cabelo. Bem moderna para quem não liga para moda. Ela usava só shorts curtos com desfiados, camiseta de malha preta com estampas de animais ou de heavy metal e só calçava tênis. Ela era até estilosa, mas em nada agradava seus pais aquele estilo tão estranho.
Seu dia a dia era ir a faculdade de artes plasticas, pois amava pintar seus quadros, era lá que ela se mostrava quem era; ouvir suas musicas  favoritas no fone de ouvido, ver filmes de terror aterrorizantes e comédias, ficar com garotos como ela, escrevia em seu diário virtual, com senha que andava com ela onde fosse.
Ela não tivera carinho nem atenção quando criança, embora ela soubesse que seus pais precisassem trabalhar muito para sustentar as filhas, pagar as contas mensais.
Sua imagem externa nunca mostrou exatamente quem ela era, mas sim, quem gostaria de ser, ousada, interessante, corajosa. Na verdade, ela era sim, muito corajosa, não é qualquer  um que teria coragem de fazer o que ela fez com seu visual, sabendo que  nao agradaria e seria julgada por  isso.  Ela não é risonha e brincalhona, ou tão querida como a Tiffany. Ela é quieta, triste na alma, até tem vontade às vezes de brincar com alguém, mas tem medo de não ser compreendida. No fundo, ela evitava dizer o que pensava ou sentia, pois percebia que ninguém estava a fim de ouvir ou saber. É como se o que ela tivesse para dizer não valesse nada para os outros, não acrescentaria em nada na vida de alguém, mas eram importantes para ela, então guardava para si. As duas irmãs não tinham nenhuma ligação ou afinidade, exceto o mesmo sangue. Viviam cada uma por si, em seus mundos particulares. Por ser quieta, reservada e gordinha, ela era praticamente invisível onde quer que fosse, especialmente na faculdade. Como ela tinha apenas dezessete anos, no  começo do primeiro semestre a chamavam para ir as festas da faculdade e seus pais não permitiam, alegando que lá teria muita bebedeira e drogas, sexo e eles não queriam ela perto desse tipo de coisa, então seus colegas simplesmente a excluiram de seus grupos de amigos. Ela se sentia só, sentia que ninguém se importava de fato com ela, pois os pais sequer conversavam com ela, mal os via no fim de semana. Ela tinha medo de ir a essas festas, ouvia falar de tantas coisas ruins, como boa noite cinderela que ela mesmo as evitava, só saía mesmo com os pais quando raramente acontecia. Tiffany às vezes saía escondida dos pais para as festinhas com as amigas e voltava bem tarde, mas antes dos pais acordarem. Ela era bem esperta, ou pelo menos se achava assim. Stefany às vezes invejava a irmã por ser tão independente e tão sociável aos quinze anos. Ela se sentia carente de tudo, mas não saia por aí pedindo ou impondo nada a ninguém. Afinal, carinho e amor não se pede,  apenas merece e recebe. E ela sentia que não merecia nada, pois não recebia. Talvez fosse culpa dela mesmo por ser como é e ninguém sequer a notar, ou simplesmente era drama de adolescente. Ela não sabe, mas espera que um dia ela consiga ser diferente, ser como ela gostaria de ser e receber o que merece.

MARI


Mari é uma mulher de sessenta anos, olhos de um azul profundo e hipnotizante, seu cabelo loiro com algumas mechas brancas, fruto da idade e experiência de vida, alta e muito magra, herança de sua mãe, Ana. Quem a olha logo imagina, que mulher elegante, deve ser arrogante, rica e mimada.
 Mari tem simplesmente um bom gosto para roupas e sua elegância vem dela mesma, não de uma riqueza que ela não possui.
 Ela foi criada no campo, trabalhou toda sua infância e adolescência plantando legumes e hortaliças, como alface, couve, taioba... para sobreviver, juntamente com seus pais e cinco irmãos no norte do Brasil, em Roraima. Eles sempre passaram dificuldades, porém tinham união, paz e eram gratos. Viviam felizes mesmo trabalhando sob o sol forte todos os dias e comendo marmita fria sob um pé de jatobá, no qual se refrescavam do calor ardente. Mari, com quinze anos sempre ia a uma nascente a um quilômetro dali para pegar água fresca para matarem a sede.
Ela adorava ir lá só, pois assim podia ficar com seus pensamentos, sonhando com uma vida que não tinha, com uma adolescência igual a de outras garotas da sua idade, que ela assistia pela TV. Ela estudava pela manhã, sua escola era muito fraca no sentido educacional, mas era o que ela tinha e se esforçava, dedicava-se aos estudos quando chegava em casa após ajudar sua mãe a fazer as tarefas domésticas, cozinhar...
Quando acabou seus estudos aos dezessete anos decidiu mudar-se para uma cidade maior, ter mais oportunidades, ser empregada doméstica e dormir no serviço, assim economizaria com aluguel. Uma parte do salário mandaria para os pais e com a outra parte pagaria um cursinho para fazer vestibular e pagar transporte, sonhava em fazer faculdade e ser uma professora. Sonhava em ensinar àquelas crianças o que sabia, queria que elas tivessem uma vida melhor e lutassem por isso, acreditassem que eles poderiam fazer qualquer coisa, porém com honestidade e humildade. Ela conseguiu um trabalho através de sua professora Rita, que tinha parentes em Boa Vista, na capital, no qual a contrataram imediatamente, pois gostaram dela e concordaram que ela sairia todas as noites para ir estudar. Eles lhe deram as  cópias das chaves de casa, regras e horários das refeições.
Ela no dia seguinte conseguiu uma folga pela manhã para fazer o que precisasse, como: se inscrever para o cursinho, cortar o cabelo, fazer as unhas das mãos e pés, pois onde morou não existia esse tipo de coisa, mas na cidade grande não queria se sentir envergonhada perante os colegas e professores. Era uma jovem muito bonita e educada, tímida, dedicava-se ao estudo quando chegava do cursinho a meia- noite, pois vinha para casa de ônibus. Ela era tratada quase como uma filha, mas com obrigações domésticas. Sua rotina passou a ser trabalhar até às 5  e meia da tarde, ir para o cursinho que começava as sete, sair de lá às onze, pegar um ônibus, chegar em casa a meia noite e estudar só dormindo três horas por noite, pois só conseguia pegar no sono lá pelas três da madrugada. Essa rotina permaneceu por anos, pois após o cursinho ela conseguiu passar no vestibular para faculdade de letras e formou quatro anos depois. Na faculdade  no quarto período ela conheceu Pablo, um negro bonito; alto, olhos castanhos, cabeça raspada, forte, simpático, com um sorriso de tão branco que deixava  todas as mulheres hipnotizadas; inteligente e assim como ela, dedicado aos seus objetivos. Começaram a namorar e assim, um ajudava o outro. Logo que se formaram resolveram ficar noivos, pois assim que os estágios deles acabaram, ambos foram contratados- ela por uma escola primária e ele por uma do ensino fundamental e médio, embora fosse ensinar apenas para o médio.
Um ano após eles se casaram, no qual,os patrões de Mari dá  a casa onde ela trabalhou foram seus padrinhos de casamento, como forma de agradececimento por tudo que fizeram por ela.
Mari e Pablo foram morar em sua casa que conquistaram após economizarem durante o noivado e as casas no norte não serem tão caras como no restante do país.
Nas férias eles foram visitar seus pais, pois no casamento eles não tiveram condições de ir. Os pais de Pablo moravam também no interior, a 200 quilômetros da cidade dos pais de Mari. Foi uma felicidade enorme quando se reuniram, tanto na casa dos pais dela, quanto na casa dos pais dele.
O casal se amava muito e a realização do sonho deles de ensinarem completava tudo isso,apesar dos desafios diários de educadores numa região que praticamente não recebe os incentivos do governo, se compararmos as regiões principais, sul e sudeste.
Eles descobriram que não poderiam ter filhos, foi uma tristeza para ambos, mas também não poderiam pagar por um tratamento tão caro, pois eram professores públicos do estado e não ganhavam tão bem. Eles então foram ao cartório afim de adotar uma criança, pois pretendiam ser uma família. O processo é longo e burocrático e quando foram ao orfanato da cidade viram muitas crianças, mas apenas Luan chamou atenção do coração deles, um menino de quatro anos, moreno, magro, pequeno, alegre, sem um dos braços por má formação, esperto, falava muito e não parava um minuto. Eles não tiveram dúvidas de que queriam aquele menino e o processo de adoção começou, duas semanas depois eles conseguiram levá-lo para passar uns dias em sua casa, depois passou a ser meses, a assistente social sempre a fazer visitas para ver a adaptação da criança, mas tudo parecia estar perfeito até que conseguiram a adoção de Luan, ainda que não permanente, mas provisória e isto lhes dava muita alegria, pois já amavam o menino como um filho.
Ele frequentava a creche enquanto os dois trabalhavam, quando Pablo ia buscá-lo dava banho, o trocava, adiantava o jantar para ajudar Mari e para o menino não comer tão tarde, brincava com ele até a mãe chegar,terminar o jantar, dar-lhe comida, ensiná-lo a ler, contar uma estória para ele e po-lo para dormir às 8:30 da noite, pois liam muito sobre como é importante uma criança dormir muito e bem para ajuda-lo a crescer saudável. Eram como quaisquer pais; o educavam, davam amor, carinho, limites, uma família, um lar e avós que o amavam depois de ve-lo, pois antes os criticavam. Como pode, tanto bebê aí bonito e "perfeito" e vocês escolheram um já grande e aleijado?Quando o viram tudo mudou. Foi paixão instantânea, tanto dos avós, quanto dos tios e primos. Eles viram que amor não vê aparência, gênero, cor, apenas se sente e vive.

SAMARA


Samara é uma mulher madura, com seus quarenta anos, mas ainda com aparência jovial de pele negra, olhos acinzentados, cabelos acobreados, poucas marcas de expressão no rosto, uma risada cativante e simpatia que envolve todos a sua volta, pois expressa uma aura leve de menina. Mora sozinha no seu apartamento em Belo Horizonte-MG, que ela conquistou com árduo trabalho ao longo dos vinte e cinco anos na empresa de publicidade, vaga que conseguiu no estágio na época da faculdade pública, devido seu talento e potencial criativo lá ela permanece e hoje é sócia.
Ela é filha única, pois sua mãe teve um problema no parto e tivera que retirar o útero, ou morreria.Todavia, Samara é solidária, não foi muito mimada, apesar de não ter irmãos, pois suas amigas da escola e da vida ajudaram- na a suprir a solidão, assim como seus livros de aventuras e romances. Hoje ela tem pelo menos dois livros no seu criado-mudo como passatempo, pois seus pais sempre ensinaram-na a importância da educação, da leitura e do amor pelo próximo e principalmente por si mesma. Seu pai era encanador e sua mãe, professora do primário numa escola pública estadual em Monte Azul-MG. Eles faleceram há dois anos num acidente de carro, que a filha dera poucos anos antes e pagou a aula de habilitação do pai.
Namorava Eduardo há quatro anos, e ele infelizmente sonhava em casar-se com Samara que já disse desde o início para ele que não acreditava em casamento. Um homem forte, alto, cabelos escuros, mas muito conservador nos pensamentos, mesmo sendo dez anos mais jovem que sua amada.
Ela não deseja casar-se nem com ele nem com ninguém, nem constituir família, mesmo   amando-o muito, ao contrário de suas amigas de infância e adolescência que escolheram constituir suas próprias famílias, talvez para saírem das regras dos pais, ou simplesmente para realizar seus sonhos de contos de fadas e serem donas de casa de comerciais, mães e hoje estão todas frustradas, infelizes. Porém, ela nunca fez as amigas pensarem como ela. Escolha alheia é algo que não se opina, apenas fica do lado da pessoa quando ela vê que tomou as decisões erradas e tenta aconselhar da melhor forma e apoia-las. Ela é uma tia orgulhosa dos sobrinhos do coração.
Suas amigas sempre tentam persuadi-la a casar-se com Eduardo, que a ama tanto e ele irá cansar uma hora e ela acabará só. Que isso é triste, mas nada disso a faz mudar de opinião. Se caso ficar só, fazer o quê? Será uma escolha dele e ela o quer feliz, seja com ela ou não. Ela até admira as amigas por serem fortes e não terem desistido dessa vida que levam e tentarem algo diferente.
Samara sempre foi firme em suas opiniões, sempre fora forte e conseguiu superar a morte dos pais apesar da falta que fazem na sua vida. Ela sempre foi carinhosa e paciente com eles, ligava toda semana e dizia o quanto os amava.
O seu único arrependimento foi não tê-los trazido para morar com ela em BH, mas no fundo sabia que não iriam, que a vida deles era na cidade pequena com as pessoas que conheciam há anos, na casinha reformada deles e com seus velhos costumes.
Eduardo era engenheiro elétrico e na empresa em que trabalha chegou uma nova funcionária, Giovana, uma mulher bonita, atraente, mas discreta e o atraiu. Ele se puniu por sentir atraído por outra mulher. Ela também se sentiu atraída por ele e ambos sentiram uma afinidade inexplicável, pois assim como ele, Giovana era engenheira e agora trabalham juntos. Eles acabaram trocando olhares em um almoço e sem pensar ele tocou a mão dela e mais tarde, no carro ele a beijou e ela correspondeu. Pelo resto do dia ele não a encarou, não por não gostar do beijo, mas sim porque a culpa o corroía por dentro. Ele apareceu na casa de Samara a noite e ela ficou preocupada pois ele aparentava estar chateado e abatido. Ele sentou no sofá frente a ela e pediu perdão, mas não podia mais namorá-la. Por que?  Ela perguntou. Ele só disse a verdade, que havia conhecido uma nova colega de trabalho e havia se envolvido com ela além do profissional e que ela queria uma família,assim como ele. Ela o abraçou e ambos choraram, mas ela o desejou felicidade e foi sincera, pois ele a fez feliz por um longo tempo e ele merecia ter o que ela não poderia dar.
Ele foi embora cabisbaixo e quieto. Ela foi para o quarto e chorou até adormecer.
Ela trabalhou arduamente durante os próximos dias, visitou as amigas, tirou uns dias de folga para ver sua melhor amiga, Ane que se mudou com o marido para a Bahia, devido o trabalho do marido, que fora transferido. Foram dias maravilhosos, pois conversou bastante com a amiga, passeou, curtiu os sobrinhos, ficou com um baiano com conheceu em um bar numa das praias de Salvador.
Ela voltou para BH, adotou um cachorro nesses abrigos de cães abandonados e lhe deu o nome de Bob. Cuidava dele com todo amor e quando voltava para casa ele e seus livros eram suas companhias e prazer e estava feliz.
Ela provou para si mesma que não precisava de um homem ou filhos para se sentir feliz e realizada na vida, mas se você só acha que é feliz formando uma família, que seja. O importante é sentir bem e amado, seja por pessoas como os amigos ,seja por seu animal de estimação.
Samara se sente feliz agora, mas pode não sentir no futuro, pode mudar de ideia e arrumar um companheiro para morar com ela, ou não. Tudo pode mudar a cada segundo. A vida é assim.
E você?...Você é feliz do jeito que está?

AMIZADE SEM BARREIRAS


Rebeca, uma menina esperta, de uns seis anos, cabelos ruivos trançados,  nariz  e bochechas cheias de sardas, olhos grandes castanho- esverdeados, gordinha, ela adorava brincar. Seu melhor e único amigo era Vitor, um garoto da mesma idade, era negro, de olhos pretos, cabelos pretos e afro e ela era também sua única amiga. Todas as crianças de sua turma e até mesmo da escola riam deles, tiravam sarro por serem como são. Muitas vezes Rebeca chorava sozinha no seu quarto. Ela ficava triste e muitas vezes comentava com o amigo, os dois se davam as mãos e enfrentavam juntos as brincadeiras  bobas dos coleguinhas.
Um dia, porém, ela teve coragem e disse aos seus pais, pois seu pai a viu chorar assim que chegou da escola, logo foram à escola, seu pai José, muito bravo fez seus colegas pedirem desculpas para ela e seu amigo, nunca mais ninguém zombou de ambos.
Mas a vida nunca é justa ou perfeita e seu pai foi transferido para uma cidade bem distante para trabalhar e sua família o acompanhou. Foi muito choro e abraços dos dois amigos.
A amizade das crianças chegou ao fim, seus pais pensaram, mas amizade verdadeira nunca acaba. Graças às redes sociais os dois se falam sempre, também jogam juntos e esperam que seja para sempre esse sentimento tão forte e bonito, que supera qualquer barreira.

DIA DIFÍCIL

 Hoje está tão difícil.  Só queria desaparecer, evaporar como fumaça, e parar de dar trabalho. E ao mesmo tempo eu me sinto tão egoísta.  Te...