domingo, 24 de setembro de 2017

DOROTHY E ESTEBAN


Dorothy é uma delicada, meiga e educada mulher na flor da juventude aos vinte anos, mas ela perdeu a filha de dois anos com leucemia há poucos meses atrás, e fora um tempo muito difícil para ela e o marido Germano, um homem mais maduro, porém charmoso com seus cabelos grisalhos, alto, corpo magro, tradicional nos seus cinquenta e três anos, mas também foi ainda mais difícil para Clara, pobre menina, com a delicadeza e meiguice da mãe, olhos puxados de oriental e alta como o pai. Era uma menina tão linda e risonha, falante, porém, a vida precisava seguir e o casamento deles continuar normalmente na medida do possível, só que a vida não é assim.  A relação deles foi ficando cada dia mais rotineira, sem emoção, sem carinho, nem faziam mais amor há um bom tempo. Às vezes ela desconfiava que não sentia mais amor pelo marido e que talvez ele até a traísse. Homens dificilmente ficam muito tempo sem mulher, ou então ela não o atraisse mais. Ela ficava tão insegura, até que numa tarde de  outono em maio, enquanto dava um passeio pelo calçadão de uma das  praias mais belas de Florianópolis, vestida com um vestido longo estampado, um suéter vermelho, devido ao vento frio do fim da tarde, e quando sentou-se no banco para pensar em sua própria vida, reavaliando seus sentimentos, sentindo a falta de Clara, lágrimas escorreram de seus olhos. Em um certo momento, após secar os olhos olhou para o bar e viu seu marido com a mão na perna de uma morena de belas curvas, cabelos compridos ondulados, e beijando-a de um jeito insaciável. Ela o abraçou como se se conhecessem há muito tempo e enganando-a. Ela ficou furiosa e foi embora jogando a sua aliança no chão, pois daquele dia em diante estava só, mas livre de um casamento morto. Ela lhe enviou um SMS informando o que tinha visto e que o casamento acabou. Ele apenas respondeu-lhe que não queria mais e que mais tarde passaria para buscar suas coisas.
Ela andava apressadamente devido a raiva e alívio quando esbarrou-se sem ver e quase caiu quando Esteban a segurou com sua mão firme, seu corpo definido, de camiseta e short mostrando as suas pernas brancas torneadas, os seus olhos eram de um verde que mais pareciam a extensão do mar, o seu rosto quadrado, seus lábios desenhados e quando seus olhos se encontraram com os dela emitindo um desejo  irresistível e sua mão firme segurando tua cintura causou-lhe um profundo arrepio pelo corpo.
Germano foi a sua antiga casa buscar suas coisas e não a encontrou, pois nessa hora ela já havia se entregado aos braços fortes e ao desejo deles no iate dele que velejava por aquele lindo e imenso mar sob um quadro negro chapiscado de estrelas. Fora um noite tórrida de prazeres e cada vez que se encontravam mais ela aprendia sobre novos prazeres em seu corpo e em lugares nunca imaginados, mas também conhecera muitas coisas boas que a vida podia oferecer, mas sem nenhum envolvimento emocional entre eles, apenas luxúria em todos os sentidos.
Ela nunca esqueceu ou esquecerá Clara, ela foi e é sua filha, sempre tem memórias lindas sobre ela e a amará eternamente, mas nessa hora ela precisava de um tempo de alegria para si. Ela não tinha ilusões sobre ele, sabia que não era única a desfrutar daquele corpo que a levava as nuvens, então se protegia e sabia que quando ele se cansasse dela ela simplesmente voltaria a focar mais no seu trabalho como auxiliar de cozinheira num restaurante da cidade. Se  um dia aparecesse alguém para realmente ter um relacionamento o viveria, mas agora só queria viver um dia de cada vez colada ao corpo quente de Esteban.

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