11 EPISÓDIO
Maitê se formou em jornalismo, mas
ela não participou da festa de formatura, pois sairia muito caro e ela
não tinha um convívio assim tão bom com os colegas de turma. Eles eram
distantes, frios e as meninas eram venenosas. Ela e Elis saíram só as duas para
beber e dançar juntas, relembrarem os bons tempos e sentiram falta de Kiara.
Ela conseguiu um emprego como
repórter no jornal onde fez estágio. Não foi fácil se expor tanto devido sua
timidez, mas precisou se desafiar, ser uma Maitê que nem ela mesma se reconhecia.
Ela orou muito a Deus para que conseguisse ser uma boa repórter e manter seu
emprego. Mai tinha voltado a ser religiosa, temente e de fé; o que ajudou a se
tornar uma nova mulher. Ela foi ficando reconhecida pelas pessoas e elogiada
pela sua forma de entrevistar, chegando a ser promovida tornando-se âncora após
um ano.
Mai nunca quis admitir nem pra si
mesma, mas no fundo ela sentia uma inveja de Elis por ela ser expansiva; saber
falar tão bem, não ter vergonha ou medo da opinião alheia. Ela invejava a
amiga, porém, nunca demonstrou nem sequer fez nada para prejudicá-la. Lis era
sua melhor amiga; e ela ainda falava com Kiara, no entanto, a frequência era
pouca, pois a vida corrida e a distância mudam um pouco as coisas.
Mai começou a fazer curso de
gastronomia, pois sempre quis aprender a fazer pratos sofisticados e bonitos.
Cozinhar tornou-se seu outro hobbie, além de apreciar o céu.
Maitê era a filha mais velha e a
relação com sua irmã era ótima. A relação com seus pais estava ainda mais
difícil, pois estavam cada dia mais teimosos, rígidos com ela, mas ela os amava
e respeitava o jeito que foram criados. Sua irmã não ligava para o que eles
diziam e levava sua vida como bem queria: bebia, fumava, raramente ia à igreja,
namorava vários... Fazendo com que seus pais só pegassem no pé de quem os
obedecia, ou seja, Maitê. Ela ligava para eles todos os dias e ia visitá-los
todos os fins de semana. Era seu dever como filha estar presente e dar
assistência. Ela no fundo não queria sentir culpa quando morressem.
Mai nunca mais se relacionou com
ninguém: seja por falta de oportunidade; por não se sentir segura; nem
confiante; nem ter tempo para relacionamentos. Quando está deitada em sua cama
ela imagina que está com alguém, ou dorme e sonha que está com o Rodrigo
Santoro fazendo-a acordar suada e molhada. No momento ela está se realizando
profissionalmente, mas no fundo se sente solitária e queria alguém para
compartilhar sua vida, já que desde que Elis foi morar com Diogo, que ela gosta
como um bom amigo, ela se sente muito só.
_Oh meu Deus, me sinto tão só,
coloque um homem bom, bem humorado, temente a ti, inteligente, alto e forte
como gosto. A solidão está me machucando. Era sua oração de todas as noites
além de agradecer. O tempo está passando e não estou mais novinha.
Mai foi a um evento do jornal onde
conheceu Pedro, um homem muito charmoso, que fazia seu coração e mente se
agitarem, era inteligente, sério, mas que se sentia a vontade com ela a ponto
de fazer umas piadas, meio sem graça, mas ele ao menos tentava.
Eles trocaram número de telefone e
ele passou a ligar para ela todas as noites e passavam horas conversando até
que a convidou para sair.
_ Maitezinha, a gente tem se falado
por horas, eu quero conversar olhando nos seus olhos e admirar sua beleza,
ouvir tua risada, ver seu lindo sorriso. Eu te busco amanhã às oito.
Esteja pronta, ok?
_ Aonde iremos? Preciso saber o que
vestir e ficar linda. Também quero conversar com você olho no olho e poder
sentir o arrepio sempre que ouço sua voz.
Ele deu sua risada e disse:
_ Falarei coisas em seu ouvido só
para ver sua pele se arrepiar, e vamos a um novo restaurante que abriram. Estou
muito a fim de conhecer com você.
_Estarei pronta as oito, meu
querido.
Ela vestiu um lindo vestido
preto com decote que valorizava seu colo e seios, e mostrava um
pouco de suas pernas; se maquiou de forma discreta, fez um belo penteado,
deixando-a linda e delicada.
A noite estava linda, e o
restaurante era sofisticado, elegante. Conversaram; riram; ele a fez se
arrepiar toda quando falava em seu ouvido com aquela voz rouca. Eles saíram
para caminhar e apreciar aquela noite estrelada de mãos dadas. A conexão entre
eles ia crescendo cada dia mais e a intimidade também.
Ela o convidou para ir à missa com
ela e ele aceitou, pois queria estar com ela, conhecê-la.
_ Por mim tudo bem, faz uns meses
que não vou à igreja. Eles foram e isso só a fez admirá-lo.
Eles ainda estão se conhecendo, mas
ambos estão apaixonados, só não entregavam o jogo ainda. Afinal, mistério faz
parte da conquista.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Seu comentario é importante para mim..