sexta-feira, 8 de dezembro de 2023

PRESA NO TEMPO

É difícil seguir em frente;

Interessar de verdade por outra pessoa.

Será o ego; carência; dependência emocional que prendem meu coração a você?

Ou será amor?

Não sei dizer.

Só sei que sinto sua falta, e também da gente.

E me acho uma tola.

Porque nunca foi recíproco.

Você me diz o que preciso.

Será que é só muito carinho como me diz?

Ou uma forma de eu nunca ter que "deixar" você e partir pra outra? 

Espero que seja a primeira opção. 

Não quero mais uma decepção. 

Muito menos contigo. 


sexta-feira, 17 de novembro de 2023

SERÁ QUE AS COISAS MUDARAM DE VERDADE?

 Eu olho a realidade de hoje,

E não vejo muita diferença, desde séculos atrás. 

As pessoas traíam tanto quanto hoje... Uns discretamente, outros na cara dura.

 O machismo ainda perdura.

Só que hoje mata-se mais mulheres por posse, ciúmes do que antes.

Ou tinha muita morte, e era tudo escondido, vai saber. 

Mulher antigamente não tinha voz ou valor: as únicas utilidades eram para parir, ser mãe, cuidar da casa e dar prazer.

Os mais ricos, principalmente os com títulos nobres só sabiam usar as mulheres para se divertirem. 

Compromisso com alguém? Nem pensar.

Só o instinto animal parece contar.

Será que é diferente de agora? Olhando as pessoas ultimamente, eu penso que não.

Violência? 

Desde a bíblia isso acontece... 

Caim matou Abel, e não parece que vai parar. 

Basta olhar as guerras acontecendo. Que tristeza!

Será que as coisas têm mudado de verdade?


quinta-feira, 26 de outubro de 2023

O AMOR E A SOLIDÃO NA VELHICE

 Alberto costumava ser um homem muito ativo, que trabalhava duro e viajava o Brasil inteiro no caminhão da empresa. Ele simplesmente não conseguia ficar parado, e era prestativo, pois sempre procurava ajudar quem precisava, se pudesse. O que acalentava seu coração era saber que sua mulher, Diana, que ele amava tanto, e seus cinco filhos esperavam-no ansiosos pela sua chegada em casa. Alberto prometeu à Diana que se aposentaria quando fizessem quarenta anos de casados. Eles não viam a hora desse momento acontecer, apesar de Alberto ficar receoso sobre o que faria da sua vida sem trabalhar.                                                                                                         Flor, que era como ele a chamava, vivia para a família e nunca se arrependeu de não trabalhar fora, pois desde pequena dizia que queria ser mãe e casar.

Vários anos depois...

Uma semana após as bodas de quarenta anos, ambos estavam muito felizes e comemoraram com uma grande festa, onde reuniram muita gente que os amava. Alberto deu entrada com um pedido de aposentadoria no dia seguinte às bodas. Diana estava dirigindo depois de levar seu neto à escola, uma caminhonete veio na direção contrária e colidiu  com o dela, infelizmente foi fatal. Assim que a polícia chegou ao local ligou para Alberto, informando o acidente e a fatalidade. Como era uma cidade pequena, todos o conheciam há muito tempo. O mundo dele desabou, e sentia que uma parte de si, a mais alegre, que via a vida de forma mais colorida, tinha morrido junto com ela. Por sorte ele tinha ido ao mercado próximo a sua casa, e não estava viajando. Alberto ligou para os filhos chorando, ele estava acabado, como se tivesse envelhecido uns dez anos em cinco minutos. No velório e funeral parecia que havia uma névoa de tristeza e choro. Alberto estava abatido, não comia, não dormia, enfim; não parecia o mesmo de sempre, e talvez nunca mais voltaria a ser.                            Os dias se passaram, ele conseguiu se aposentar, mas a tristeza, a solidão não saía de seu rosto. Seus filhos, apesar de tristes, seguiram suas vidas, mas precisavam cuidar do pai, não poderiam deixá-lo sozinho.                                                                                                                                   Alberto não queria sair de casa, deixar suas memórias, nem atrapalhar os filhos. Ao mesmo tempo que Georgina, Alex, Pablo, Taís e Ana diziam estar preocupados com o pai, eles sequer iam vê -lo, pois sempre dão a desculpa de muito trabalho, sem tempo.No entanto, também não aceitavam a ideia de colocá-lo em um lar para idosos. O que falariam deles?  Seriam péssimos filhos se fizessem isso. Eles conheciam o pai, e sabiam que ele não aceitaria um cuidador de idosos, um estranho em sua casa. Afinal, seu pai não estava debilitado, ou com alguma limitação  física, mental; o pai deles só estava vivendo um luto. Quando o pai tinha uma consulta marcada era  sempre uma discussão no WhatsApp no grupo dos irmãos pra saber quem o levaria, já que ninguém nunca podia, até decidirem por quem tinha um horário um pouquinho mais flexível que os outros. Eles iam levando, e seu Alberto se sentindo cada vez mais sozinho.                                                                                                       Devido a tristeza e a solidão, Alberto foi adoecendo, ficando cada vez mais magro. Ele não era mais aquele homem forte, cheio de vida, que sorria de verdade. Era como se ele tivesse morrido também junto com Diana.                                                                                                                     Os filhos o levavam ao médico e nada resolvia, até que não teve jeito e contrataram um cuidador, mesmo contra a vontade dele.                                                                                                           Alberto estava tão desgostoso da vida, tão desanimado que em questão de dois meses ele partiu. Aquele homem se foi sem curtir sua aposentadoria, que era tão esperada. No entanto, ele queria curti-la junto com o seu grande amor, sua flor, Diana.                                                              Os filhos ficaram órfãos de pai e mãe, e com o peso da culpa de que poderiam ter dado mais atenção, amor e apoio ao pai que morreu sozinho enquanto dormia.                                          Será que existe ainda um amor tão forte assim, como o de Albert por Diana? 


quarta-feira, 13 de setembro de 2023

VALÉRIA


 Valéria é uma mulher como muitas, que escolheu se dedicar à família, aos cuidados com a casa.

Depois de vinte e cinco anos casada com Mário, ela se sentia cansada daquela mesma rotina de cuidar de tudo, e sem reconhecimento como uma pessoa que trabalha tanto, sem direito às férias.

Os filhos já estavam criados e saíram de casa há algum tempo: Armando foi estudar fora da cidade; e Luísa, a mais velha, também saiu porque queria ser independente e trabalhar numa cidade maior, com mais oportunidades. 

Embora a casa agora estivesse vazia, só morando ela e o marido, Valéria não parava de se preocupar se as suas “crianças” estavam se cuidando direito.

Val não se arrependeu de sua escolha pelo lar, e por cuidar da família, estar mais presente na vida deles; no entanto, ela se pergunta muitas vezes como seria sua vida se ela tivesse feito outras escolhas. 

E se eu tivesse estudado mais e investido em uma carreira?

Será que eu iria querer formar uma família como a que tenho hoje? 

Se eu trabalhasse hoje, Mário me valorizaria mais, e teríamos coisas interessantes pra conversar?

Ela se perdia em pensamentos imaginando o que gostaria de fazer.

Na verdade, Val percebeu que precisava fazer algo para si mesma, um curso por exemplo; já que arrumar trabalho seria pouco provável, ela não tem mais 20 anos, nem tem experiência profissional.

Ela sempre gostou muito de roupa, de costura. Valéria é uma mulher muito paciente e detalhista, então pesquisou uns lugares na cidade onde dava este tipo de curso mais em conta, e assim que encontrou, ela se inscreveu. Seria bom, pois além de aprender algo novo, ela teria um tempo pra si mesma e faria novas amizades. 

Valéria estava feliz e animada pelo passo que tinha dado para sair do tédio que estava sua vida. Mário, no entanto,  não a incentivou, ao contrário, além de reclamar do valor da inscrição, que incluía apostilas e materiais, seu marido não acreditava que iria durar e lhe dizia isso de forma rude. Isso a magoava, mas Val persistiu e começou a fazer o curso.  Foi mais difícil do que ela pensava, mas começou a vê-lo como um desafio a vencer e continuou se dedicando. Ela aprendeu sobre moldes, modelagens, corte, tecidos, e costurar.  Entretanto, ela precisava treinar em casa e foi isso que fez. Pelo menos três vezes na semana ia à casa de sua mãe para vê-la, e treinava na máquina de costura antiga por umas duas horas.  

Na verdade, não estava sendo  nada fácil lidar com os trabalhos na casa, fazer comida todos os dias,  e ainda ir para o curso, treinar, e olha que nem tinha mais filho pequeno, ou adolescente para cuidar. Ela passou a admirar as mulheres com jornada até tripla, porém, não perdia a admiração pelas mulheres que fizeram a mesma escolha que ela, ser mãe, esposa e dona do lar.

Tarefa tão árdua quanto de quem trabalha fora. 

Val conheceu no curso, sua nova amiga, Francisca.

 Uma mulher um pouquinho mais velha, porém, com uma alegria de viver contagiante, um brilho no olhar que não via no espelho. Ela transmite uma energia tão boa, que é impossível não querer sua companhia.  Uma risada que chama atenção aonde quer que vá. France, como a chamam, é a mulher mais sincera e autêntica que Val conheceu nos últimos anos. 

Elas saem juntas, compram tecidos para treinarem, ora na casa da mãe de Val, ora na casa de France, que tem mais máquinas.  Elas têm se tornado as melhores da turma, as mais dedicadas. O marido de France é representante comercial, então passa a semana viajando, e para não se sentir solitária, ela acabou entrando no curso de costura, e na hidroginástica. France nunca foi ligada a tarefas domésticas, trabalhou como secretária de um executivo até aposentar e logo foi curtir um pouco a vida. Ela sempre diz a Val:_ amiga, eu respeito sua decisão de ser dona de casa, mãe, esposa, mas são três coisas que nunca nos valorizam como merecemos, então eu nunca fui adepta a isso, contratei uma faxineira três vezes por semana pra ir à minha casa, faz a comida e arruma a casa, lava a roupa, depois a gente, ou melhor, eu administro a compra de mercado, e cuido pra não sujar, lavo louça; só a parte mais tranquila. Quando eu soube que não teríamos filho foi uma dor insuportável não poder ser mãe; sem falar nas cobranças das pessoas sobre quando eu ia ter filho, de uma insensibilidade que me machucava. Eu no começo do casamento acariciava a barriga, contava minhas histórias de infância favoritas, cantava cantigas de ninar, lógico, quando estava sozinha, senão teriam me internado (ela caiu na risada). No entanto, eu precisava fingir que estava tudo bem, por causa de João, pois eu não podia fazê-lo sentir pior do que já estava. Eu me sentia culpada, mesmo o problema não sendo comigo, mas sabe como é mulher, né? Nós temos o costume de  nos culparmos até pelo que não temos culpa. 

Enfim, eu comecei a analisar os prós e os contras de adotar um filho, de ser mãe, mesmo naquela época e conversei com João, então decidimos  seguir nossas vidas apenas como um casal, afinal, eu vejo tantos casais que  fazem isso e sāo felizes. Por que não podemos? Ele confia em mim, e eu nele, não ficamos cobrando um ao outro, somos livres, e ao mesmo tempo presos um ao outro pelos sentimentos que compartilhamos.  Claro que discutimos às vezes, como qualquer casal, mas sempre dormimos na mesma cama, e no outro dia não saímos dela enquanto não colocamos os pingos nos is e fazemos as pazes. E que pazes, amiga. Ui! (France deu sua gargalhada)

France passou a ser um exemplo pra Val, e esta também sentia um pouco de inveja da amiga, tanto no tipo de relação que leva com o marido, quanto na alegria, no jeito leve de viver. 

Val foi mudando dia a dia, não é nada fácil pra ela, no sentido de levar a vida de um jeito mais leve, sem cobrar tanto o Mário, confiando.

Ele começou a sentir a mudança dela e passou a gostar disso. Ele tentou imitá-la, passou a fazer as coisas em casa, sem ela precisar pedir n vezes.  A relação deles tem melhorado bastante. Eles começaram a sair de mãos dadas, ou ambos saem com seus amigos, seja juntos ou a lugares diferentes. 

Valéria continua uma esposa, dona de casa, mãe, todas em uma, com a mesma dedicação, mas ela percebeu que pode ser mais que isso. Ela se vê como uma mulher com uma nova perspectiva sobre tudo, e fazendo o que gosta. Hoje ela faz roupa para si, para a família e ainda dá presente para algumas conhecidas, já que leva mais jeito para roupas femininas. 

Assim como Val, tem milhões de mulheres na mesma situação; ou que ainda não descobriram algo que as faça se sentirem bem consigo mesmas, mudando de dentro pra fora e fazendo os outros ao seu redor mudarem também. Outras sabem, mas não têm a coragem de dar o primeiro passo, sair de onde está é mais difícil do que imaginamos. Espero que um dia tenham a coragem de Val e voem. Você pode!


quinta-feira, 7 de setembro de 2023

VOCÊ SE SENTE SOLITÁRIO(A)?

 Será que as mães realmente conhecem seus filhos?

Será que elas sabem verdadeiramente quem são, ou como se sentem?

Muitas vezes, nós filhos disfarçamos tão bem sobre o que estamos sentindo só pra não preocupá-las.

E elas nem percebem.

É tão difícil têm horas...

Além de disfarçar na sociedade, ter que disfarçar dentro de casa.

Ela já têm tantas preocupações, não quero ser motivo pra mais uma.

Seria muito egoísmo enchê-la, não seria? 

Amigos? Não quero incomodá-los também. 

Eles já têm seus problemas pra resolver diariamente, e já tentei, não entendem.

Acho que nunca me senti tão só. 

Se eu chorar, ela vai perceber, então engulo e sigo em frente. 

Guardo tudo aqui dentro.

 Não posso deixar transbordar, não é justo com ninguém.

Agora as lágrimas querem sair,  e tento segurar, logo ela chega, e não pode perceber nada.

Não é certo com ela.

Será que  mais alguém pensa como eu, e guarda pra si  o que sente, ou pensa pra poupar os outros?

Não vai acrescentar nada na vida deles. 

Vou enchê-los com mais problemas, pra quê?

Isso também passa na sua cabeça?

Terapeutas nunca ganharam tanto.

Ainda faltam muitos pra darem conta de tanta gente  se sentindo solitária, como eu.

Quem não se sente assim ultimamente?

Melhores amigos não existem mais.

Melhor amigo(a) é tão mais profundo.

É com quem compartilhamos nossa alma, nosso coração.

Com o tempo e a correria, cada um vive sua vida, guarda os sentimentos pra si.

O distanciamento é inevitável.

A conexão se quebra, e tentamos mantê-lo do jeito que está. 

A perda seria ainda mais dolorosa, mesmo "distantes".

Será que ser adulto é isso?

Perdemos os melhores amigos; a gente se perde de nós mesmos;

Só arrumamos responsabilidades, autocrítica, culpa, arrependimentos para a bagagem da vida.

Que saudade de ser adolescente; ou principalmente criança, antes dos oito!

E você? Que fase da vida queria voltar?

Ou a que está agora, apesar de tudo, está melhor que as outras fases?


segunda-feira, 14 de agosto de 2023

SAUDADE ETERNA, PAI

 Mais um dia dos pais que passou. 

Um dia de comemoração para a maioria: com união, presentes e muita alegria, gratidão...

Aquelas famílias que têm pais presentes, participativos, carinhosos, um homem que aconselha, corrige, o porto seguro, herói de seus filhos, sendo "de sangue", ou nao. 

Afinal, pai é quem cuida. 

Ontem também foi um dia difícil para os pais que perderam seus filhos, ou vice-versa.

Um dia melancólico, de memórias que ainda doem, e muita saudade.

Há dezenove anos você nos deixou, pai. 

Uma perda dolorosa na época, mas como pedir pra ficar se sofria tanto?

Seríamos tão egoístas querendo tê-lo por perto, mesmo vendo-o se definhando dia após dia.

Só nos coube pedir à Deus por misericórdia, e que Ele fizesse o que fosse melhor.

 Dilacerava a alma, sangrava por dentro, mas foi o certo.

Sinto tanto a sua falta, mas guardo em meu coração o pai maravilhoso que foi.

Mãe tem sido uma pãe guerreira, assim como tantas que assumem o papel de pai e mãe, da melhor forma que podem. 

Elas nunca irão substituir os pais de verdade, e não têm essa intenção.

Elas querem apenas amenizar a falta que eles ainda fazem e sempre farão.

De ontem restaram as lembranças de suas brincadeiras, dos micos, dos sustos que nos dava de vez em quando, dos meus quinze anos sem baile,mas ainda assim,muito especial. 

Saudade eterna, pai.

domingo, 6 de agosto de 2023

QUEM SOMOS DE VERDADE?

 

Quem somos de verdade?

Será que a maioria ama ser quem é?

Por que é tão fácil enxergarmos só nossos defeitos? 

E  enxergarmos um monte.

Qualidades?

 Vixe, é difícil encontrar um rapidamente. 

É preciso pensar muito.

 Por que fomos ensinados que reconhecer nossas virtudes é ruim? 

Por que é visto como prepotência, vaidade?

A pessoa não deveria ser a primeira a se amar; saber o seu valor e qualidades para não acreditar em quem diz o contrário sobre quem ela é?

Amar-se para não aceitar desrespeito, humilhação...

Só quem se gosta, se aceita, sabe impor limites, e não se compara com ninguém;

 Você não se  acomoda com o mínimo que o outro pode lhe oferecer.

Já escrevi sobre amor próprio, superação, mulher forte.

Acho que é o desejo de ser como elas um dia. 

A insegurança dói, entristece o coração, e me faz afastar das pessoas.

Eu me escondo. 

Não está fácil, mas a minha versão alegre e que gosta de agradar as pessoas cobre aquela que os outros não querem ver.

Quem sou? Quem você  é? 


segunda-feira, 24 de julho de 2023

SAUDADE DO QUE NÃO TENHO MAIS.

 Fecho os olhos e sinto a brisa tocando meu rosto, e bagunçando meu cabelo.

Imagino o seu dedo contornando meu rosto, sua mão lisa acariciando as maçãs da minha face, enquanto seus olhos encaram os meus e nossos lábios sorriem.

 Eu não quero que isso acabe. É tão bom!

Tomo um drink de morango e chantilly, está tão gostoso. 

Então imagino você chegando vagarosamente e tocando com suavidade meus lábios, assim como a bebida fez. Nossos olhos se fecham para saborearmos o momento, enquanto nossas bocas se abrem e nossas línguas se procuram.                 O que antes era doce e delicado vai se transformando numa "fome" de um devorar o outro só no beijo.

Meus braços não têm seu abraço.

 Aquele que diz: estou aqui, pode se aninhar, você não está só; misturado com um eu te quero.

Minha cabeça não tem como aconchegar no teu ombro, ou no teu peito e ouvir as batidas do seu coração, dependendo da sua altura.

Saudade de ficar com minha mão sobre a sua, ou seu braço em volta da minha cintura me dizendo: quero você perto de mim.

Como eu sinto falta de tudo isso.

Nem sei se sentirei mais algum dia.

A gente tem por uns dias depois o cara some a procura de algo mais, porém, sem aviso prévio.

A decepção só cresce, o medo de sofrer também.

Mas não sou caçadora pra ficar caçá-lo.

Se é pra entrar e ficar,  porque me quer na sua vida, ótimo.

Não vou brigar, chorar ou implorar pra ficar, se quer experimentar mais por aí.

Só não pense em voltar achando que estarei sempre de braços abertos pra você.

Escolhas têm consequências, meu bem. 

Ficar só nem sempre é fácil;  sinto tanta falta: seja de um companheiro, ou amigos reais, perto pra conversar ou sair. 

O jeito é aprender a amar a própria companhia e ser feliz sozinha, antes de qualquer coisa.

segunda-feira, 12 de junho de 2023

DOR DA MORTE E VIVER

 A vida é tão breve.

Sei que parece clichê, mas é tão real. 

Do dia pra noite tudo pode mudar.

O que antes era vida, aprendizado, alegria, reunir com as pessoas que amamos... 

Viver uma jornada longa ou curta, mas feliz.

E num piscar de olhos transforma-se em perda, dor, lágrimas, sofrimento.

Um grande pesar no coração de quem o(a) conhecia e perdeu.

O amor e a saudade nāo têm fim.

Faz parte do processo, mas é tão imprevisível que questionamos a Deus.

Por que?

Resposta que pode durar anos para conseguir... 

Crescemos e com o tempo entendemos...

Devemos aproveitar a vida plenamente.

Só que de um jeito sábio.

Faça o que quer,  lute pelo que sonha pra não arrepender no futuro.

Só que exageros causam o mesmo sentimento, além do vazio inexplicável.

Aproveite o que o mundo lhe oferece e não trabalhe demais.

Focar muito nas conquistas materiais pode causar perda de um tempo precioso com o que vale mesmo a pena. 


segunda-feira, 5 de junho de 2023

BRINCADEIRAS DE CRIANÇA

 Criança que brincou na rua, ou na escola: 

Seja de corda; amarelinha; vivo ou morto; seu rei mandou; estátua; esconde-esconde; queimada, e por aí vai...

Menina que brincou de casinha e de boneca, sozinha ou com outras meninas.

Na casa dos avós brincava com os primos de stop; dominó; vareta, detetive; e tantos outros jogos, como vídeo game de cartucho.

Criança de antigamente colecionava cicatrizes de tanto se divertir.

Ralava tudo, machucava de levar ponto no hospital;

 e no dia seguinte olha lá de novo brincando.

Que época gostosa!

Como eu queria voltar a ser criança, mas só nas partes boas.

Será que tem jeito?

As de hoje são tão dependentes de celular, tablet, vídeo game...  Já crescem sabendo mexer em tudo.

Não sabem mais o que é brincar de verdade.

É uma pena!

Há razões para ficarem enclausuradas em apartamentos ou casas com eletrônicos.

As ruas são movimentadas;

Tantos  perigos à espreita dentro e fora da tela. 

Pais que trabalham muito e sem tempo, ou cabeça para brincarem com seus filhos.

Não os julgo, tudo anda tão corrido. 

Sem falar nas cobranças...Tantas preocupações;

Tudo esgota, irrita, não dando espaço pra mais nada, nem pra quem deveria ser prioridade.

O que entristece é ver tanta criança crescendo sem se divertir como deveria.

 E quando os pais derem conta já será um pouco tarde e  perceberão que perderam tudo de mais lindo que possa existir...

O sorriso e a alegria genuína de uma criança.

  


quarta-feira, 31 de maio de 2023

MULHER

 Já escrevi sobre mulher há um tempo.

Força, sensibilidade e todo o poder que ela tem. 

Mulher de hoje enfrenta coisas difíceis, tem uma jornada tripla até.

Ela tem que administrar muitas vezes uma casa sozinha, ser mãe solo, algumas sofrem abuso de homens machistas.

Ainda existem muitos lares com homens que não aceitam términos de relacionamentos, que matam por ciúme ou obsessão.

Ainda têm homens agressores físicos ou moral, que fazem a mulher se sentir um lixo, um nada... Totalmente dependente deles. Seja financeira ou emocionalmente.

A vida da mulher dos anos 2000 em diante não é fácil.

E as mulheres de milhares de anos atrás?

Aquelas que foram queimadas por terem pensamentos, vestimentas mais futuristas e chamadas de bruxas.

Aquelas que foram parar na forca, ou apedrejadas em praça pública por traição.

Também têm aquelas que a vida delas era cuidar da casa e dos filhos, e viam como as suas vocações. Assim que foram educadas. 

Voz? Mulher não tinha voz, não podia decidir nada. 

Ela não podia fazer nada sem aprovação de um homem: seja pai, irmão ou marido.

Independente da classe social.

Era alguém submisso, com a única função de ter filhos, e o primogênito obviamente sendo um menino, ou sua vida se tornaria um inferno.

E se não os tivesse poderia ser abandonada sem direito a nada, fora os julgamentos de estéreo, de inútil, etc.

Será que as mulheres de antigamente sentiriam inveja das de hoje? 

Mais independentes; trabalham dentro e fora de casa; falam o que querem; vestem o que querem; decidem se querem filho ou não; umas têm um bebê sem sequer ter a participação de um parceiro, saem para beber com amigas...

 Tantas conquistas tivemos, mas também há o lado B da história, sempre tem. 

É como a moeda, ou uma fita cassete, você precisa ver ou ouvir os dois lados.

O salário e oportunidades de carreira ainda são menores;

As que moram sozinhas; ou são mães solo não são tão levadas a sério por não terem um ser do sexo masculino pra impor respeito; uma solteira nem é convidada para sair com casais por medo de os maridos a olharem, desejarem-na.

Se tem atitudes mais ousadas é julgada.

Se não faz nada, se não tem opinião é uma "planta", vai entender.

Se têm alguma deficiência, ou são negras, de outras etnias, ou tipos de corpos diferentes de uma modelo sofrem ainda mais. 

Mulher, como é difícil ser uma, e ao mesmo tempo admiro por ser quem é, por sua história, sejam as de antigamente ou as de hoje. 


sábado, 20 de maio de 2023

UMA INTRUSA NO NINHO

Hoje eu me pergunto: será que só eu sou assim, ou as pessoas com deficiência se sentem da mesma forma?

 Uma intrusa, um incômodo nos lugares públicos com minha cadeira de rodas.

Andar na cadeira pode ser libertador e também complicado com tantos lugares inacessíveis, principalmente lojas e bares, restaurantes.

Algumas vezes prefiro ficar em casa, mesmo gostando de sair, ver gente,e lugar diferente.

Poder comprar o que quero, poder passear sem o obstáculo de um degrau alto, escada, rampa muito inclinada, lugares apertados que não dá nem pra virar a cadeira sem o medo de quebrar ou derrubar algo, mesas que não têm como encaixar a cadeira. 

Ruas sem buracos, cacos de vidro ou pedras no caminho.

Como não me sentir como um intruso no ninho?

É como se dissessem: vá para casa, seu lugar não é aqui. Olha o trabalho que você dá.

Ouvir que dou trabalho magoa, já sinto isso boa parte dos dias, mas quando dizem, mesmo que de brincadeira, o sentimento intensifica.

Sinto-me sem vida. Não sei quem sou, nem o que estou fazendo aqui. 

Ando vulnerável, mas não devo demonstrar.

Se me abraçar posso desabar.

E não posso deixar que me veja assim.

Não é fácil fingir o tempo todo que está tudo bem, sorrir, brincar pra não preocupar ninguém que gosta da gente.

É bem difícil, por sinal.

Ser inspiração, ou exemplo é um peso grande no ombro de alguém.

Tira de nós a liberdade de expressarmos como sentimos, mesmo que só de vez em quando.

Ouvir música, cantar e dançar é o que alegra um pouco aqui dentro, me faz sentir viva nesses momentos.

Será que alguém mais se sente como eu, ou estou sozinha?



quinta-feira, 27 de abril de 2023

MARCAS DO TEMPO

 As marcas que o tempo está passando aparecem nos olhos, na testa. 

As dores nem conto, fazem parte da Artrite.

No meu rosto e no corpo existem as provas que já vivi muita coisa.

Arrependimentos?

Ah, se houvesse uma máquina do tempo.

E se eu mudasse todo o meu passado? 

E se apagasse os meus erros, como eu seria hoje? 

O que teria aprendido?

Será que teria crescido?

Tenho várias coisas a mudar em mim. 

Será que pensar mais no outro e deixar de fazer o que quero, por causa da opinião alheia, é o quê?

Respeito?

 Amor?

Covardia? 

Conformismo? 

Ou por que sou tola mesmo?

É uma linha tênue entre todas essas possibilidades. 

Eu só quero conseguir mudar o que preciso e ser feliz. 


sexta-feira, 31 de março de 2023

AMOR E PAIXÃO

 Queria viver uma paixão como dos filmes.

Algo real e recíproco.

Cansada de relações virtuais, onde a pessoa mora a muitos quilômetros de distância e nunca vão se encontrar.

Cansada ainda mais de amor platônico... É gostoso no começo, mas também é solitário e chato.

Já tive vários...

Não quero ser chamada de paixão, onde o sentimento é unilateral... Só eu sinto. 

É engraçado, não?

O outro só ilude... Lhe diz que não quer algo sério, mas age quase como namorado.

Queria uma paixão real que se transformará em amor de verdade.

 Quando o ardor e a cegueira do primeiro sentimento passarem.

Amor... Onde vocês se sentirão amados, respeitados, apesar dos defeitos e do passado dos dois.

Uma relação saudável com diálogo, companheirismo e muita confiança de ambos os lados.

Amar é uma escolha.

Só que sem reciprocidade, em que só um dá, e o outro só se acomoda em receber o máximo que o outro pode oferecer?

Não, obrigada.

Eu prefiro ficar só.

É menos desgastante pra relação.

E menos solitário, frustrante e até doloroso para quem doa tanto e não é valorizado.

Amar-se também é uma escolha... A mais difícil, talvez.

Pode até ser egoísmo da minha parte.

Mas se for pra viver um amor platônico outra vez, prefiro aprender me amar de vez.


quarta-feira, 29 de março de 2023

O FIM IMPREVISÍVEL

 Dizem que o fim do mundo está pra chegar. 

São pais matando os filhos e vice-versa.

É gente matando gente sem dó nem piedade.

Cada coisa louca acontecendo.

Vou morrer e não vou ver tudo.

Somos videntes para prever o fim de algo tão imensurável como o mundo?

Em Apocalipse tem vários sinais, mas pra que vou ler e ficar perturbada, sem dormir? 

Já bastam os desafios diários, os problemas nossos e dos amigos que confiam em nós seus dilemas mais profundos.

Notícia ruim além disso nem quero ouvir.

Se pra sentir paz e não enlouquecer é preciso ficar alienada, desinformada...

Por que não?

Notícias ruins atraem energia ruim pra vida,pra casa... Onde quer que esteja.

Eu quero luz, paz de espírito, alegria.

Ingenuidade? Que seja.

Tem como ficar informado sem saber de coisas ruins que podem nos afetar? 

Eu não sei dizer. 

Só sei que o fim é imprevisível.

 Têm coisas boas acontecendo ao nosso redor. só basta mudarmos nosso olhar.



sexta-feira, 24 de março de 2023

A OFERTA DA ROSA

 Sonhei com uma menina loira, de cabelo longo e ondulado.

Só que para mim não interessa a raça, gênero, ou etnia, ela era apenas uma linda criança que sorria.

Ela sorria com a boca e a janelinha do dente de leite caído aparecia.

Seus olhos também sorriam, neles podia ver gentileza, carinho, amor ao próximo ao oferecer-lhe uma rosa mesclada com várias cores e cheirosa .

Sem ao menos te conhecer.

Ela te via com o coração e percebia o quanto precisava de um pequeno, e ao mesmo tempo, um grandioso gesto de afeto que há muito tempo não recebia.

Ela entrega a você, ou a mim, não sei dizer.

A aparência era indefinida.

E ela sai correndo, girando feliz pelo campo verde cheio de flores nos canteiros, como quem realizou uma missão.

E me veio a lembrança de quando era ainda uma criança que podia correr e brincar, como qualquer outra.

Já faz tanto tempo, mas sinto que a criança em mim está escondida em algum lugar.

A criança do sonho corre sem olhar para trás, como se o gesto que fez fosse tão natural quanto beber água.

Mas deixou em quem recebeu a rosa algo que nem ela mesma consegue descrever.

Seu coração pulsou mais forte, um sinal de que você existe, que não é invisível.

É um ser humano muito especial. 


quarta-feira, 15 de março de 2023

PEDIDO E GRATIDÃO

 Peço ao Pai tantas coisas:

Peço ao Pai mais sabedoria

Peço ao Pai mais paciência, menos dor e mais aceitação.

Peço ao Pai menos orgulho, medo, menos luxúria.

Peço ao Pai por mais empatia, fé, um coração generoso e menos egoísmo.

Peço ao Pai também pelos amigos e colegas de trabalho.

Peço ao Pai coragem pra ser quem eu quero e Sua proteção. 

Eu também agradeço a Ele.

Agradeço pela vida e saúde.

Agradeço por cada refeição e pelo teto que me abriga.

Agradeço por minha família.

Agradeço pelo trabalho e por quem trabalha comigo.

Agradeço por cada amigo.

Agradeço por poder escrever com o coração_ pelo dom que Ele me deu.

Para agradecer ou pedir não precisa de religião.

Deus só quer a sinceridade do seu coração. 


terça-feira, 7 de março de 2023

VIAGEM ALÉM DA LEITURA

 O despertador toca pela primeira vez.

 Acordo mais cedo só pra ler, e algumas vezes a mente vagueia.

Penso em como seria seu beijo, seu abraço, seu toque, seu sorriso, seu cheiro e se pensa o mesmo. 

Penso também na coragem que eu gostaria de ter pra fazer o que quero.

Penso nos sonhos que deixei de lado, e que não sei se um dia eu colocarei em prática.

Será que devo esquecer de vez?

O livro é tão bom, mas uma frase do nada me faz "viajar" assim.

Eu me esforço pra focar na leitura mais uma vez.   

E é tão bom quando retomo, pois ele me prende, me faz rir, ficar com raiva, apreensivo pra desvendar o mistério, conversar com os personagens... 

Um bom livro nunca dará sono.

Só os leitores entendem.

Mas o despertador toca mais uma vez e preciso começar mais um dia na vida real. 

A leitura pode trazer emoções que vivemos no dia a dia: alegria ( risadas), raiva, tristeza, expectativa, medo, excitação...

A vida pra mim está dentro e fora do livro.  As emoções são as mesmas.

 A diferença é que o fim geralmente é tão feliz quanto os filmes de natal. 






domingo, 19 de fevereiro de 2023

REALIDADE_ PESSOAL DEMAIS PARA JULGAR

 Não sou politizada.

Nem rica, nem numa situação de pobreza em que tantas pessoas passam até fome.

Elas têm de lidar com coisas que pretendo nunca lidar.

E quer saber? Não pretendo falar disso 

 Nem curto falar de coisas que não sei como ajudar. 

Acho tão inútil. 

Eu posso parecer insensível, e talvez seja.

Porém, ainda assim acho que é chover no molhado.

Nós estamos tão longe da realidade de muitos à nossa volta.

Esses, que às vezes estão mais perto do que imaginamos.

E o bom senso nos pede para se afastar e não entrar em confusão.

E nos manda manter os olhos fechados.

Os corajosos conseguem abrir os olhos, mas eu não. 

Portanto, eu os admiro, porque têm a coragem de sair de suas "bolhas".

Cada pessoa tem seus problemas para lidar: seja social; emocional; familiar; pessoal.

Enfim; não dá pra dizer qual a realidade  é pior ou melhor.

 Só quem vive a sua é capaz de senti-la, sem ter o direito de julgar a situação do outro.

Uns podem ter vários problemas juntos; outros não. 

Isso não diminui o sofrimento destes, nem sequer duplica o sofrimento dos primeiros.

Sofrimento, realidade são subjuntivos... Impossível quantificar e injusto julgar. 






quinta-feira, 19 de janeiro de 2023

AS VERDADES ESCONDIDAS

 Sou imperfeita.

Tenho tanta coisa guardada aqui dentro.

Uma hora a explosão será inevitável... Isso me assusta.

Na verdade, ninguém conhece ninguém.

Eu não sei nada, ou quase nada sobre você, e nem você sobre mim.

Só nos mostramos até o capítulo 1 ou 2 do livro da nossa vida.

O resto só Deus e nós mesmos sabemos o que sentimos, nossos devaneios.

Às vezes nem quem vive com a gente conhece nosso mundo interior.

Pra que complicar as coisas, ou preocupar quem amamos?

Esse mundo muitas horas confuso, e nem nós mesmos compreendemos.

Como podemos mostrar isso?

Nossos medos, dores, decepções, desilusões, inseguranças, raiva...

 São tantos sentimentos que se misturam.

Eu tenho medo que me conheça de verdade.

E se me julgar?E se não me compreender? E se espalhar o que te disse?

São tantos E se... que me fazem calar. 

Terapia? Pode ser muito útil, mas pode ser bem caro, ou bem difícil de achar uma vaga pelo SUS... É tanta procura.

As pessoas estão precisando cada dia mais de falar, e de ter alguém que as ouçam; que abra suas mentes. 

É preciso ter coragem para fazer terapia. 

Lá nos olhamos de frente, dizemos tudo o que sentimos, pensamos, refletimos, estamos vulneráveis, aprendemos sobre nós mesmos... Algo bem difícil para muitos.

Já tentei várias vezes e já desisti de todas no meio. 

Covardia? Sim, ou não. 

Talvez não era a hora certa, vai saber.  

Eu quero ser empática; 

Quero tentar ver que o outro sente e pensa como eu, ou diferente de mim, mas não consegue assumir, aceitar-se e nem se expor a ninguém. 

É normal, não se preocupe... Você, eu e todos somos assim.



 



DIA DIFÍCIL

 Hoje está tão difícil.  Só queria desaparecer, evaporar como fumaça, e parar de dar trabalho. E ao mesmo tempo eu me sinto tão egoísta.  Te...