Tenho vivido em uma casa velha e pequena, mas organizada e limpa,
um dos ensinamentos de Dinorá, minha mãe, que detestava bagunça e sujeira. Ai
de mim se tirasse algo do lugar e não devolvesse na mesma posição, era uma
ladainha sem fim. Mãe deixou-me com o mínimo de móveis quando faleceu de um
aneurisma.
Agora me sinto completamente sozinha e perdida sem família após perder
minha mãe, sem amigas por perto, sem emprego. É um vazio, uma solidão que não
consigo explicar com palavras, apenas as lágrimas exprimem tais sentimentos.
A relação entre nós duas nem sempre era fácil considerando
personalidades, gostos, modos de pensar tão diferentes; afinal, éramos de
gerações distintas, porém, amor, respeito, cumplicidade entre mãe e filha foram
prioridades.
Moro em uma vila com pessoas que me ajudaram como podiam: seja com
palavras, comida, um abraço, gestos que mostraram que ambas eram muito
queridas ali e isso confortou um pouco o coração, o aqueceu.
Mãe era uma costureira de “mão cheia”, além de sempre ajudar quem
precisasse na vila, pois aquelas pessoas se tornaram nossa família e isto me
enchia de orgulho, pela generosidade que via naquela mulher. Ela tinha o
instinto de ajudar sem esperar nada em troca. Dinorá era minha companheira e
amava passar um tempo com ela. E tentei inúmeras vezes aprender a costurar,
mais para poder estar em sua companhia, mas vi que esse talento pertencia a
ela, não a mim. Agora preciso saber quem sou, inclusive meu valor, minhas
qualidades, defeitos, talentos; enfim, é necessário conhecer a mim mesma e
decidir o que fazer da minha própria vida. No momento ainda me encontro perdida
em relação a tantas coisas.
Eu tenho procurado emprego, aceitando o que fosse, mas não encontrei
nada, pois numa vila como a que moro, é muito difícil achar trabalho. E as
preocupações não param de crescer, afinal, as contas não esperam para chegar. A
angústia aperta meu peito, que chego ficar sem ar. Ansiedade toma conta de mim.
O que vou fazer? A vila era nosso lar, lugar em que vivíamos,
compartilhávamos medos, alegrias, e não consigo imaginar sair daqui e conhecer o
mundo enorme lá fora. Talvez seja medo do desconhecido.
Nunca fui à cidade grande, pois encontrava tudo o que precisava na vila,
por menor que ela seja. Na verdade, não sou uma mulher que compra muito,
com sonhos pretensiosos, grandes ambições em um mundo tão capitalista,
consumista, tecnológico e ambicioso. Eu estou com dezoito anos, sou
ingênua para as malícias da vida e muito simples, e não pretendo fazer
faculdade, só terminei o colegial por insistência de mãe, pois nunca
gostei de estudar. No entanto, às vezes nossa vida dá uma chacoalhada para
percebermos que precisamos mudar, mesmo que nisto tudo eu precisei perder a
minha mãe, meu porto seguro.
Eu não tenho contato com meu pai, pois tinha apenas três anos quando
Edson, meu pai, e Dinorá se divorciaram, e ele deixou a casa. Desde então, raras
vezes me ligou para saber como eu estava. Eu gosto de astrologia e acho que tem
uma relação com quem somos, mas não faço dela meu estilo de vida; e como uma
boa canceriana, eu sempre guardei fotos, vídeos que ele gravou da gente antes
da família acabar, tirei print das poucas mensagens que me enviou e imprimi só
para poder guardar na minha caixa de recordações.
Mãe estava muito magoada com meu pai quando eu era pequena, pois
nunca a apoiou em nada, não acreditou nela, não a ajudava em casa, não queria
trabalhar; Dinorá que “bancava” a casa, ele só ficava assistindo TV. Então mãe falava bem pouco sobre ele, mas nunca falou mal dele para mim. Ela acreditava que pai e mãe são para sempre, mas ele que se afastou
depois da separação, especialmente após formar uma nova família.
Meu pai soube da morte de Dinorá e foi ao enterro para me dar um apoio,
o que significou muito poder sentir o abraço dele. No entanto, não tenho mais
notícias dele desde aquele evento triste, o pior de minha vida. Não
me procura, e quando faço isso, ele me dá desculpas esfarrapadas para não nos
vermos. Isso machuca a alma, pois me sinto abandonada, rejeitada devido a um
passado ruim dos meus pais, não ter valor para alguém que eu deveria ser
prioridade, como os outros dois meio-irmãos são. Estes sim são seu sol.
Mulheres influenciam seus parceiros, de forma positiva ou não. Ane é sua
mulher, então tirem suas conclusões. Eles estão juntos há quinze anos (ele a
conheceu e foi morar com ela poucos meses após a separação, foi o que minha mãe
disse) e eu gosto dela, mas não tenho certeza dos sentimentos dela por mim,
pois mal conversamos quando nos encontramos, mas ela foi bem simpática e parece
cuidar bem dele. Ludmila e Ricardo, meus meio-irmãos são mimados, não me davam
atenção quando nos víamos, então prefiro não vê-los novamente.
Eu cresci e durante a infância eu fiz duas amigas, que se tornaram as irmãs que não tive: Brenda e Samira. Nós éramos inseparáveis e nos divertíamos muito. O começo da adolescência também foi bem legal, no entanto, nossas diferenças físicas e de personalidade iam aparecendo, a puberdade nos deixando confusas. Brenda era a mais “danadinha” das três e nos contava tudo o que aprontava e aprendíamos com ela. Depois da morte de mãe, os dias mais tristes para mim foram a mudança delas para Pernambuco, e apòs, pois realmente senti a solidão bater à porta do coração. Os pais de ambas trabalham em uma empresa que fechou a filial no interior do Ceará devido a crise, então, se quisessem manter o emprego eles precisavam se mudar, e foi o que fizeram. Nossa despedida foi bem difícil, choramos muito, trocamos pulseiras como símbolo de nossa amizade, que prometemos ser pra sempre.
Hoje nos comunicamos por whatsapp ou redes sociais, as vídeo chamadas são raras.
As vidas delas seguiram em frente, então ambas estão fazendo cursos em uma
faculdade pública, pois sempre foram estudiosas e tinham planos para o futuro,
ao contrário de mim. Eu zoava com as duas chamando-as de nerd, mas sempre
levaram numa boa.
Samira sempre foi mais tranquila, meiga, toda delicada, gentil,
confiável e sempre pude contar com sua sensatez em assuntos difíceis de
conversar. Apesar de seu desejo de seguir uma carreira, ela também sonha em construir uma família, ter vários filhos, uma casa confortável, um lar feliz. Ela sempre foi a mais romântica do grupo.
Brenda é o oposto de Samira em tudo. Pensa em uma mulher que não tem
papas na língua, impulsiva e que não faz planos em longo prazo?que vive pintando o cabelo de cores incomuns, gosta de roupas diferentes. Ela fez seu próprio estilo e não liga para o que falam. Uma amiga super
animada e disposta para uma festa, que levanta meu astral, me faz sair de casa,
mesmo quando a vontade é de ficar na cama. Eu admiro muito o jeito de ser de ambas, elas e eu nos completamos.
Quanto a mim? É difícil me definir, se é que preciso. Sou um pouquinho romântica, risonha, que gosta de desenhar rostos e expressões de pessoas, andar de bicicleta (não pude levar para a capital, então dei para uma vizinha na vila), descobri que gosto de visitar museus, gosto de vários estilos musicais, sou um pouco distraída, falo mais usando as mãos, sem senso de direção nenhum, uma pessoa que precisa ter muito cuidado ao visitas lojas ou ambientes com pecas quebráveis visto que sou bem desastrada, impaciente, ansiosa e gostaria de ser mais carinhosa em gestos, como: abraços, beijos, porém, não consigo. O meu jeito de demonstrar carinho é tentando ajudar, ouvir, aconselhar, falar o que sinto com cartas ou bilhetes.
Fui para a capital e fiquei no apartamento de uma amiga de Brenda para dividir o aluguel. Agora eu passaria a ter uma nova companhia, mas não era minha mãe. Aquilo deu um aperto em meu coração. Giovana parece ser legal, mas é bem ocupada no seu trabalho de segurança, além de ser livre. Quase não a vejo, exceto nos dias de folga dela.
Meus dias têm sido procurar por
emprego, levar currículos. Ela me ensinou como enviá-los online. Giovana também
me explicou sobre como pegar ônibus e metrô (no início ficava bem confusa, me
perdia, mas peguei o jeito e me virava sozinha). Tudo é tão longe aqui, e é no
mínimo uma hora para chegar ao destino. Espero não demorar para conseguir um
trabalho que me ajude a custear tudo isso. Ainda bem que tem a pensão e o
aluguel da casa na vila.
Às vezes nem almoço quando saio para procurar serviço (eu quero fazer
qualquer coisa, nem que seja temporário). Só andando de um lado para outro, ou no
computador, então, no fim do dia me sinto um trapo, mal começo a assistir TV já durmo. Até o momento não tive sorte, e
já faz um mês que estou aqui nessa loucura de cidade. Eu sei que é difícil
confiarem em alguém que chega à sua porta pedindo trabalho, sem experiência e
sem recomendação, mas será que essas pessoas, assim como eu, não merecem uma
chance, uma oportunidade que seja? Eu não estou aqui a passeio, preciso pagar
minhas contas que se acumulam. Às vezes até penso em voltar para a vila,
desistir daqui, mas lá não consegui nada também. Eu não quero me
decepcionar, ou as minhas amigas, meus vizinhos da vila. O que iriam falar
de mim? Eu me detesto por preocupar tanto com a opinião, julgamento alheio, e isso me
bloqueia tanto a ser ou fazer o que queria. Minha mãe me ensinou a ser assim e
ainda não consigo ser diferente.
Giovana em seu dia de folga só anda de pijama curto ou de calcinha e
sutiã, algo que não estou acostumada, além de trazer um homem para seu quarto. É uma tortura, pois nem consigo dormir com os barulhos da cama e gemidos; aquilo
tudo me excita muito. Já tentei me tocar na puberdade, mas era tão estranho e
parecia errado com minha mãe no quarto ao lado, sem falar que eu tinha medo de
estar pecando. Eu sou uma mulher hoje que saiu daquela “bolha” em que vivia e
convivo agora com uma mulher independente, segura de si em vários
sentidos, com um corpo que mesmo fora das medidas padrão das revistas atrai
muitos olhares sempre que saímos juntas. Vivo um duelo de sentimentos e pensamentos; não entre o certo e o errado; porque para mim, ambos os jeitos estão
certos; mas sim, entre permanecer aquela menina ingênua do interior, ou se
abrir a uma nova vida, novas experiências. Hoje eu já me toco e descobri o
quanto pode ser gostoso sentir prazer sozinha, apesar de ainda ser um pouco
reprimida. Ganhei um vibrador de presente dela, que me ensinou como usar e
muitas coisas que nem imaginava aprender, porém, alguns pensamentos sobre
pecado ainda me reprimem. Eu sou alta, magra, uma mulata bonita, só hoje eu
percebo isso, pois no começo da adolescência em que comecei a me interessar por garotos, nunca me notaram, eu era a "Duff" das duas, como naquele filme, mas nunca afetou nossa amizade, só abalou minha autoestima. Inclusive, eu vi que perdi muito tempo em não procurar uma
agência para me tornar modelo, agora estou praticamente velha pra isso. Como disse antes, eu não era ambiciosa ou consumista, mas as
coisas vêm mudando de forma tão rápida, que até meu jeito de pensar tem mudado
e percebi que sou como a canção de Raul Seixas, uma “Metamorfose Ambulante”.
Eu não vejo em mim muito daquela Selena de um ano atrás, só a essência
permanece. O que realmente importa, o resto é escolha que faz sentido para o
agora e talvez para o futuro.
Ontem em minhas orações eu perguntei à minha mãe se ela está orgulhosa
de mim, pelo jeito que tenho me virado, porque se tem uma coisa que sempre quis foi
orgulhá-la. Então aproveitei e pedi para me dar uma “mãozinha” lá de cima pra
eu arrumar um trabalho, porque está muito difícil achar um. Em um sonho, como
em resposta ela apareceu em um campo florido, sentada no banco de madeira
sorrindo e disse:
_Sel, meu amor, você está se saindo bem, no entanto, eu me preocupo que
esteja se perdendo um pouco neste mundo moderno. Ok, eu sei que precisa se
perder para se achar, se conhecer, ter experiências na vida, coisa que você não
tinha na vila, até sua fisionomia mudou, não é mais de uma menininha, e sim, de
uma mulher. Não se deixe levar demais pelo que sua colega de apê fala ou faz
da vida dela, pois você não é todo mundo. Vá à agência Modelo Estrela amanhã, está
bem? Lá eles são honestos, e você não está velha para fazer nada que queira. Eu te
amo muito, não se esqueça disso nunca. Ela jogou um beijo no ar e desapareceu
como mágica.
Eu acordei com uma paz tão gostosa em meu peito que eu não conseguia
parar de sorrir, pois me sentia leve por saber que ela estava feliz, e me
sentia esperançosa agora. Ela estava tão linda e radiante, dava para sentir sua
luz. Há muito tempo eu não sentia bem daquela forma, acho que desde sua morte. Vou
pesquisar o endereço da agência e vou lá. E vou escutá-la em relação a Giovana, mãe quer meu melhor.
Algumas horas depois...
Cheguei à agência que mãe me falou em sonho; um lugar bonito sem
ostentar muito. Eu então falei com a recepcionista que vim em busca de um
trabalho como modelo. Ela liga para alguém que depois de uns minutos aparece e
me olha de cima a baixo, me deixando constrangida. Ele então me estende a mão e
me cumprimenta:
_ Oi, bom dia. Meu nome é Felipe, sou um dos agentes desta agência
Modelo Estrela. Como posso te ajudar...?
_Bom dia. É um prazer, senhor Felipe. Meu nome é Selena Remo, eu tenho
dezenove anos, e vim aqui em busca de trabalho como modelo, mas não entendo
como funciona. As pessoas sempre me disseram que eu deveria ser modelo pelo meu
corpo, e como preciso de trabalho resolvi arriscar.
_ Prazer Selena. Então, pelo jeito você não tem um book. Olha, na verdade não
trabalhamos com quem não tem book, mas não sei, sinto que posso te ajudar com
isso, e como preciso de mais uma modelo com características como a sua para um
comercial, eu farei o book e vou descontando o valor nos trabalhos que
conseguir e te dou apenas 10%. O que acha?
_E nesse trabalho, quanto eu ganharia já com o desconto?
_ R$1.200,00. E aí, você topa?
_ Olha senhor Felipe, eu vou ser sincera, eu esperava receber um pouco mais,
mas é uma ótima oportunidade, e como o senhor vai me ajudar com o book, eu
aceito sim e agradeço muito sua ajuda, o que está fazendo por mim.
_ Então passe seus dados pessoais para Lilian (a recepcionista), por
favor, para depois eu fazer o contrato para você assinar. Assim que tudo tiver
resolvido te passo os detalhes sobre o que vai fazer. Seja bem-vinda Selena.
_Muito obrigada, senhor Felipe.
Nós apertamos as mãos como para firmar
um acordo. Depois passei os dados para Lilian, toda sorridente e grata, e fui
me preparar para tirar as fotos do álbum. Ainda bem que me depilei hoje, eu
pensei.
Eu estava linda nas fotos, nem me
reconhecia... Seja com peças moda-praia, roupas mais casuais, ou muito
elegantes. Fiquei até cansada de tanta foto que tirei.
Eu ia trabalhar em um comercial de TV sobre
um tipo de calçado baixo, e fiquei muito nervosa no começo, mas depois me
soltei. Sr. Felipe gostou muito do resultado e a empresa também. Foi algo bem
diferente, mas gostei da experiência. Aquele seria o primeiro de muitos, assim
espero.
Cheguei ao apê radiante, pois assim que
o comercial for para a TV, se a empresa conseguir boas vendas haverá uma chance
maior de ser chamada para mais trabalhos. Eu já paguei um pouco das contas que
se acumulavam.
Nada como honrar nossos compromissos. Como
dizia minha mãe: a única coisa que a gente tem é o nome, se o sujar, você não terá
mais nada. Essa é uma das coisas que aprendi e sigo, assim como o valor da
honestidade.
Brenda e Samira ficaram muito felizes
por mim quando liguei contando, pelo menos foi o que disseram. Elas
são minha família e ter o apoio, torcida delas é muito importante pra mim. Giovana
também ficou feliz por mim e saímos para comemorar. Não é a toa que é amiga de
Brenda.
Meu pai soube da notícia quando sua
mulher falou com ele que me viu na propaganda e que eu estava diferente, quase não
me reconheceu.
_Oi Selena, tudo bem? Ane me disse que
te viu numa propaganda. É verdade que está trabalhando como modelo? É um
trabalho decente?Não quero minha filha sendo mal-falada.
_Oi pai. Estou ótima, e o senhor? Sim,
eu sou modelo agora e o trabalho é tão decente quanto o seu. Eu não acredito que
me ligou porque está preocupado com sua reputação, porque a minha que não é. Eu
te disse que estava sem trabalho, o que fez por mim?NA-DA! Eu poderia estar me prostituindo aqui,
vendendo drogas, e sabe Deus o que mais pra viver, mas quando que me ligou para
saber como eu estava desde que vim pra cá há dois meses? Entendeu direito? Dois
meses, paizinho, quer dizer, Edson, porque pai é o que o senhor não é para mim,
pelo menos não age como um. O senhor não me liga desde a morte de mãe, nem pra
saber se estava viva. Agora que viu que estou na TV vem se fingindo de
preocupado com minha integridade? Ha-ha-ha. Obrigada por nem me parabenizar
pela minha conquista. Eu realmente não posso contar com o senhor. Esqueça que
sou sua filha. Adeus.
Eu desliguei na cara dele e o bloqueei,
nem ouvi o que tinha para falar depois. Não me importa mais nada que venha
dele. Chorei muito pela decepção.
Se eu achava que eu não tinha família além
das meninas, hoje eu tive certeza e isso doeu, mas vai passar. E foi escolha
dele que eu não faça parte de sua vida, então só vou respeitar e seguir minha
vida sem ele, como sempre foi.
Eu felizmente tenho conseguido alguns trabalhos, e precisei estudar inglês. Sr. Felipe disse que quanto mais eu estudar e aprender coisas novas, como etiqueta à mesa, melhor. Gostar eu não gosto, mas estou me dedicando, pois meu trabalho está em jogo. Ah, com os vários serviços que tenho feito eu já paguei o book, então não tem mais desconto no salário.
Quando tenho uma folga vou à cidade vizinha encontrar as meninas no shopping, ou às casas delas e colocamos os papos em dia. Esses momentos são tão divertidos.
Samira tem tentado me convencer a desbloquear e manter contato com meu pai, que ele pode não estar próximo, mas é meu pai, meu sangue. No entanto, ainda não consigo, machuca muito só de lembrar.
Um dia talvez essa ferida se feche e a gente possa construir uma relação razoável, se ele também quiser, claro.
Eu ainda estou reprimida sexualmente, mas consigo me soltar um pouco mais, especialmente quando fico com um modelo que me interessa. Giovana me ensinou a me amar, me sentir desejável, ser a mulher que quero ser e me orgulhar de quem me tornei.
A minha relação com mãe sempre será especial para mim. Nosso vínculo era inegável e ela está em meu coração aonde eu for.
Eu ouço sua voz me aconselhar quando o coração está aflito, então faço o que diz e tudo melhora. Eu a amo e amarei eternamente. Serei infinitamente grata pelos anos que passamos juntas.
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