Patu é um homem honrado, inteligente e muito
trabalhador, além de ser visto como um visionário. Seu maior hobby era criar,
inventar objetos nos quais ele pudesse ajudar os outros de alguma forma. Ele
criou uma luminária com sensor de sono, que funcionava assim: se o sono chegar
então o sensor é ativado e a luz da luminária, que é própria para estudar
durante a noite vai diminuindo aos poucos até apagar-se por completo. Ele
funciona a base da energia elétrica e pilha. Ele criou esta luminária inspirado
nos filhos Wilma e Valter, os mais estudiosos de seus cinco herdeiros, e eles
passavam a noite estudando em uma luz ruim para a visão. Então com essa criação
eles estudavam até o sono chegar, pois Patu sabia o quanto uma noite de sono
com qualidade trazia benefícios para a saúde e teriam maior proveito na escola
no dia seguinte.
Patu é um homem de pele escura, olhos cor de
mel, forte, muito alto, cabelo raspado, ele é visto como a cara do pai, Sr.
Ronaldo. Um senhor robusto, sisudo, que reclamava de tudo e somente a mãe de
Patu o suportava. D. Esmeralda era uma mulata, de cabelos cacheados
com algumas mechas grisalhas devido à idade, altura mediana, quadris largos;
porém, seu sorriso, simpatia, paciência e meiguice que cativavam a todos, especialmente
fez seu marido apaixonar-se logo que a viu sorrindo e conversando com as amigas
na praça. Ela era a única pessoa capaz de fazer Sr. Ronaldo sorrir e ser bem
humorado, mas quando ele estava mal-humorado ela simplesmente o ignorava, pois
com os trinta e cinco anos de convivência ela descobriu que quanto mais
reclamava do mau humor dele, mais insuportável ele ficava.
Patu trabalhava numa fábrica de brinquedos, e
quando podia comprava uns para seus filhos com preço de custo, e os fazia muito
felizes. Eles diziam muito orgulhosos que o pai deles era muito legal e que
trabalhava num lugar que fazia brinquedos. Patu era apelido que sua mãe lhe
dera quando ele era garotinho e tudo ele chamava de patú, e ele gostou, fazendo
com que todos o chamem assim. Seu nome é Pedro Lucas.
Pedro foi casado por dezesseis anos com
Isabela, a idade hoje de Wilma, esta tinha doze anos no dia do acontecido; sua
mulher faleceu com infarto, e ninguém sabia de seu problema cardíaco até então.
Foi num sábado de manhã em que Wilma, a filha mais velha, estranhou sua mãe não
ter levantado ainda, pois já passavam das oito horas, e ela era a primeira a
levantar mesmo no fim de semana. Após fazer e servir o café para os irmãos mais
novos, ela foi ver o que aconteceu com sua mãe. Quando chegou próximo a cama
dos pais, Wilma viu que ela estava caída no chão, e já estava um pouco fria;
não havia respiração, então Wil saiu chorando e gritando seu pai que estava no
quarto das criações, pois sempre madrugava quando tinha alguma inspiração.
Quando se aproximou do pai ela o abraçou e chorava compulsivamente. Depois de
se acalmar um pouco conseguiu falar aos soluços.
_Pai, a mamãe morreu. Vamos
comigo, por favor.
Ela saiu puxando-o pela
mão. Quando ele viu sua mulher ali caída no chão e já sem vida não
queria acreditar. Ele a amava tanto que se perguntava olhando para cima:
_Por que Senhor?
Começou a chorar abraçado a sua filha e
pensando: Como vou dar conta de cinco crianças? Eu não vou conseguir. Ela era
minha mulher, amiga, minha confidente, e a melhor mãe que eu poderia encontrar
para meus filhos. Não é justo que Wilma tome essa responsabilidade; ela é tão
jovem, e tem tanto para aproveitar, mas enquanto não encontro alguém para
ajudar vou precisar dela. Ele se afastou dela e enxugando as lágrimas da filha
e olhando nos seus olhos ele disse:
_Wil, meu amor, eu sei que não é sua
responsabilidade, você é tão jovem e precisa aproveitar a vida, mas agora
enquanto não conseguimos alguém para cuidar dos seus irmãos vou precisar da sua
ajuda. Você pode cuidar deles quando não estiverem na escola? Perdoe-me por
pedir isto, mas preciso contar contigo, incluindo agora para contar-lhes sobre
sua mãe.
Ela voltou a abraçar seu pai forte e
disse-lhe:
_Não precisa me pedir perdão, pai. Eu
entendo que será uma fase muito difícil para todos nós. Sentirei muita saudade
dela. Conte comigo, vou te ajudar sempre. Eles são meus irmãos, e eu sou a mais
velha, então é minha obrigação cuidar deles. Vamos lá contar para eles, depois
precisa resolver tudo sobre o velório, enterro, avisar meus avós, chamar o padre... Enfim, seu dia será bem cheio; enquanto isso eu cuido
deles. Você comeu alguma coisa? Não pode passar mal agora, por favor,
pai.
_Primeira coisa, não é sua obrigação cuidar
deles só por ser a mais velha; segundo- Obrigada por ser essa filha tão
compreensiva e boa pra todos nós. Eu te amo muito. Ah! E terceiro, eu comi sim
antes de vocês acordarem. É que você sabe como eu sou, detesto bagunça, então
arrumei tudo. Vamos contar para as crianças.
Foi um momento doloroso e de muito
choro. Uns abraçaram Wilma, outros corriam para o pai e agarraram-no
chorando.
Quando vieram buscar o corpo de sua mãe, ela levou os irmãos para os fundos da casa para não verem uma cena tão triste, e evitar uma confusão. Última coisa que seu pai precisava lidar agora era com mais problemas. Ele havia escolhido a roupa que fazia sua mulher ficar linda: um vestido longo de mangas curtas, cor bege, decote distinto, pois ela iria gostar de estar bem naquele momento e discreta como sempre foi.
Quando vieram buscar o corpo de sua mãe, ela levou os irmãos para os fundos da casa para não verem uma cena tão triste, e evitar uma confusão. Última coisa que seu pai precisava lidar agora era com mais problemas. Ele havia escolhido a roupa que fazia sua mulher ficar linda: um vestido longo de mangas curtas, cor bege, decote distinto, pois ela iria gostar de estar bem naquele momento e discreta como sempre foi.
Foi um dia muito pesado, era como se tivesse
caído um temporal, vindo de uma nuvem negra sobre a vida deles. Após o enterro,
a mãe de Isabela foi passar uns dias com os netos, e assim aliviar um pouco a
vida de Wilma; além de desfazer-se das coisas da filha na casa, pois manter
tudo só aumentaria a dor de todos. Ela preservaria ali apenas as fotos de Isa
para as crianças não se esquecerem do rosto da mãe deles, nem seu genro.
Dona Estela não era a favor do relacionamento
de Isa com aquele rapaz tão simples e fantasioso, mas sua filha bateu o
pé e disse aos seus pais que Pedro Lucas era o amor de sua vida, que se não
fosse para estar com ele que preferia tornar-se freira. Isabela era uma mulher
doce, mas possuía personalidade marcante; era discreta no jeito de agir, de se
vestir; odiava se expor ao ponto de não possuir nenhuma rede social
; era também sensata e muito inteligente. Ela sabia que o sonho de sua mãe era
que ela se casasse e lhe desse netos, então D. Estela acabou concordando, e em questão
de oito meses eles se casaram em uma capela próxima a casa de Isabela e a
comemoração foi um almoço para a família e padrinhos. A intenção era
construir a casa dos sonhos, com um quintal grande para as crianças brincarem e
para o casal poder socializar; uma casa com quatro quartos, sendo um para o casal,
outros dois para o casal de filhos que planejavam ter, e outro para hóspede.
Eles sequer imaginavam que ao invés de um casal viriam três crianças
inesperadas, mas muito bem-vindas e amadas, sendo três meninas e dois meninos
gêmeos: Wilma, Paloma, Ingrid, Samuel e Saulo.
O tempo foi passando e a dor diminuindo, mas
as lembranças permaneciam. Wilma colocou uma fotografia de sua mãe
na sala de estar e contava histórias engraçadas, marcantes que viveram com ela, já que
é mais velha e se lembrava de mais coisas para contar aos seus irmãos. Eles
amavam ouvi-la contar sobre Isa.
D.Estela passou quinze dias com eles, mas
precisava voltar para casa, pois tinha compromissos inadiáveis em sua cidade,
em Florianópolis-SC. Eles moravam em Canoinhas-SC, quase quatrocentos
quilômetros de distância do resto da família, pois precisavam de um lugar com
ar mais puro, e com vários lugares para visitar. Os gêmeos tinham bronquite e
não aguentavam mais ter que levá-los ao hospital com crises morando na
capital.
O final de ano foi muito difícil para todos,
especialmente para Patu, que tem sentido tão solitário desde a partida de sua
mulher. Ele sonhava com ela e chorava todas as noites de saudade, a solidão
estava levando-o para a escuridão.
Ele não pensava em arrumar uma nova esposa, e
se ela não gostasse de seus filhos? Eles eram prioridade em sua vida. Ele havia
abandonado as invenções- dizia que não tinha inspiração para criar nada e
ficava no quarto pensando em Isa, ou assistindo jornal, futebol, pelo menos a
tv estava ligada. Patu havia perdido o brilho nos olhos e o sorriso
alegre nos lábios, sua vida era trabalhar e cuidar dos filhos, mas estava
sério- assim como o pai. Wilma e seus avós estavam preocupados com ele.
Espero que Patu melhore logo
ResponderExcluirobrigada JU. Patu merece mesmo ser feliz. Sofreu muito, tadinho.
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