quinta-feira, 12 de julho de 2018

JÚLIA


Júlia é uma mulher linda, e apesar de não ser considerada "beleza padrão", devido suas características físicas: baixa, negra, acima do peso, quadril largo, cabelo afro estiloso... Ela se ama e se aceita como é. Sua autoconfiança, alegria e simpatia atraem a atenção de todos a sua volta. Júlia é comissária de bordo em uma famosa companhia aérea, o que a faz viajar muito por todo o país. Isto praticamente a impede de ter uma vida pessoal comum, mas ela é feliz assim.
Ela tem uma melhor amiga, Ane, mãe de gêmeos, mora com a mãe, trabalha como enfermeira e possui uma personalidade bem diferente de Júlia. Ane é introvertida, observadora, discreta, leal e sincera, porém, com uma autoconfiança quase inexistente. O que penso ao olhar para as duas juntas é que opostos realmente se atraem. A única coisa  em comum entre elas é a capacidade de fazer escolhas ruins em relação aos homens que se relacionam. Portanto, ambas estão sozinhas há alguns anos.
Júlia é mais extrovertida, aventureira, romântica, educada, amiga leal e todos que a conhecem gostam muito dela e perguntam: Como você está sozinha sendo tão legal? Ela só responde que antes estar só do que se desgastar à toa.
Ela tem vários defeitos, mas o que se destaca é a impaciência em esperar alguém, ouvir e ver certas coisas que dão vontade de dizer: Ei, acorda pra vida. Em que mundo você pensa que vive? No entanto ela se segura. Os homens com quem tem se relacionado ou conhecido pelo aplicativo de namoro têm tirado sua paciência. Na verdade, Júlia tem sentido preguiça para conversar, ou se relacionar novamente. Sempre as mesmas conversas, mesmas promessas vazias, cantadas vulgares ou infantis, ilusões, falta de atitude.
Ela tem sentido muito carente ultimamente, e por mais que queira não consegue focar no que importa de verdade e se cobra por isso. Todavia, ela não se sente animada para ficar com alguém só para suprir essa carência, muito menos ter um flashback com um ex-crush. Não, ela não procura sexo apenas, isto é consequência de encontrar uma companhia que há tempos ela não encontra nas ruas de sua vida. Alguém para conversar, rirem de coisas só dos dois, sair, assistirem um filme juntos, compartilharem seus eus que quase ninguém conhece. Ou seja, sonho romântico, mas não impossível de acontecer, pelo menos é o que ela espera.
Quando não trabalha ela prefere passar seu tempo com a família, ou no quarto curtindo seus hobbies, como: assistir um filme, ler, dançar, pintar suas telas; ou ela simplesmente vai para a casa de Ane para conversarem, lembrarem da adolescência na escola, curtem os gêmeos, fazem coisas de amigas. Ela também curte fazer trilha, escalar alguma montanha, sair sem guia ou mapas pelas ruas, sempre que param em alguma cidade. Seus pais se preocupam muito com esse jeito dela, mas em outros momentos eles simplesmente "entregam-na pra Deus". Ela raramente sai para baladas, pois apesar de conhecer muita gente, ela não tem muitos amigos como imaginam.
Enfim, essa é Júlia, com qualidades e defeitos, mágoas e alegrias, sonhos e desilusões, medo e coragem... Uma mulher completa, mas que também espera alguém para somar nessa plenitude e fazê-la querer melhorar cada dia mais, diminuindo assim as suas próprias imperfeições e ajudando-o a diminuir as dele. Somente duas pessoas completas consigo mesmas conseguem viver um amor tranquilo, livre, sem as cobranças e inseguranças que vemos em todos os relacionamentos ultimamente. Utopia? Que seja. É apenas o desejo do coração de Julia, de Ane e da maioria das pessoas.

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