sábado, 10 de maio de 2025

SERÁ QUE NÃO SOMOS CIDADÃOS?

 Hoje escrevo como experiente de quem anda nas ruas de Votuporanga-SP, já que sou cadeirante, embora graças a Deus, eu consiga andar pouca distância. Mas não penso só em mim, e sim, em cadeirantes que têm a cadeira de rodas como suas pernas para se locomoverem; ou pessoas com dificuldade de locomoção; idosos; pessoas com deficiência visual; ou até mesmo uma mãe empurrando carrinho de bebê. 

Além de ter poucos rebaixamentos, alguns são  inclinados, perigoso pra subir ou descer, se estiver só.  As calçadas são difíceis de andar, ou tem obstáculos no caminho, como árvore, material de construção; ou estão quebradas com pedras soltas; com desníveis, devido às garagens; correndo risco não só de alguém cair, mas de torcer o pé, se machucar muito. 

Cadeirantes e outras pessoas com dificuldade entrarem na maioria  das lojas da rua Amazonas, é impossível, por causa dos degraus altos. Cadeira de rodas motorizada não sobe degrau alto, e a manual se a pessoa não souber manusear pode cair com a cadeira, ou ter que pedir ajuda pra alguém. É constrangedor chegar numa loja e não poder entrar, e alguém te trazer mercadoria na calçada pra você escolher. Além do degrau alto, elas  não têm espaço pra andar com a cadeira. Ou são estreitos, ou tem mercadoria no chão; trocador de roupa não tem espaço pra cadeira. Eu ainda ando e minha mãe vai comigo pra me sentar naquele puf, mas e quem não anda, não pode experimentar roupas? Tem loja que desisto e vou embora.

Engraçado  é que pagamos impostos como qualquer pessoa, temos o direito de ir e vir.  Na hora de pagar é ótimo, mas parece que direitos não temos, como se fôssemos intrusos, só que esquecem que se não entrarmos na loja pra comprar, vão perder venda. Será que  a Associação Comercial se esqueceu disso? Acessibilidade é pra todos. Pessoas com deficiência física, visual, idosos... Enfim, qualquer pessoa. Ou o direito é só no papel? Ter que andar nas ruas, correndo risco de ser atropelado, porque não dá pra andar na calçada com segurança? Sem falar que estacionam em frente ao rebaixamento e temos que andar mais pra achar um acessível. Isso é justo?

Uns podem dizer que já temos muitos direitos. Se olharem pra trás vão ver que pessoas com deficiência ficavam escondidas nos quartos, eram totalmente ignoradas. Os pais tinham vergonha deles. Alguém teve o bom senso de perceber que não era certo. Nós  somos pessoas e merecemos respeito; oportunidades de trabalho, estudo, de lazer, saúde; enfim, temos direitos  e deveres como qualquer um, senão estaríamos no mesmo lugar de antes.

Espero que a Prefeitura Municipal e Associação Comercial possam rever tudo que disse e trazer mudanças, não só para os PCDs, mas para todos os cidadãos.


Nenhum comentário:

Postar um comentário

Seu comentario é importante para mim..

SER UMA MULHER DIFERENTE É POSSÍVEL

 Meados de Julho e o sol queima na pele já pela manhã, no entanto, sob a sombra o vento é frio e meu cardigã de tricô não ajuda a me protege...