sábado, 16 de outubro de 2021

BRENDA E A AUTOACEITAÇÃO

 

                   

Brenda nasceu em uma fazenda, onde seu pai era o caseiro. Quando tinha seis anos ela perdeu seu amado pai por causa de um infarto fulminante. 
Brenda sofreu muito com a perda, pois ele havia lhe ensinado tudo o que sabe sobre a vida e a fazenda. 

Passaram-se quinze anos e Brenda tornava-se uma bela mulher com suas sardas, pele clara, gordinha, aparelho nos dentes, quadril largo, coxas grossas... Porém, tudo isso não a fazia sentir-se menos bonita, ou menos atraente do que as outras mulheres. Sua autoconfiança deixava-a linda, sexy, e atraia muitos olhares. 

Ela sofria por deixar a mãe sozinha na fazenda, pois nunca tinham se separado, mas precisava seguir o que pensava ser seu sonho e iria estudar agronomia na capital, que ficava longe dali. Felizmente na faculdade havia dormitórios para os alunos que não moravam na cidade.

No segundo semestre ela percebeu que aquele curso não tinha a ver com ela e o trancou enquanto não se descobria.

Sua mãe pensava que ela deveria continuar o curso, já que sabia tudo sobre a fazenda e a agronomia ajudaria ainda mais. No entanto, Brenda sempre teve personalidade forte e quando decidia uma coisa, raramente mudava de ideia. Sua mãe via apenas como teimosia. Elas sempre foram diferentes e às vezes discutiam muito. Brenda e Ana se pareciam apenas fisicamente, mas no resto a jovem era igual ao seu pai.

A moça passou a se conhecer mais para descobrir o que fazer do seu futuro e um dia ajudando sua irmã mais velha em um trabalho artesanal descobriu que não queria fazer faculdade. Ela começou fazer enfeites, decorações para festas infantis e passou a amar o que fazia. Suas encomendas começaram a aumentar e Ana chamava-a de louca por largar a faculdade para fazer aquilo. 

Brenda percebeu que nem sempre é preciso fazer faculdade para fazer o que gosta e ter sucesso. Sucesso para ela  era ter foco,
 dedicação, responsabilidade e realizar tudo com amor. 

Em uma das festas em que foi decorar próximo à fazenda, ela conheceu Douglas. Ele era o pai da criança e solteiro desde a morte de sua namorada há uns dois anos.

No dia seguinte ele ligou para ela.

Douglas a elogiou pela decoração, enfeites e a chamou para sair no sábado.

Eles se deram muito bem, mas ela pediu para irem devagar, mesmo porque ele tinha um filho e tinha que prepara-lo caso chegassem a ter algo mais serio.  Ela não queria que Lorenzo a visse como uma intrusa, alguém que queria tirar o pai dele; ou atrapalhar a relação dos dois.

Ela havia perdido o pai muito cedo e sentiria algo parecido se a mãe arrumasse um namorado na época.
Ele começou a menosprezá-la com o passar dos dias, pois a verdade era que assim como a maioria das pessoas, ele pretendia mudá-la em relação ao corpo, às roupas, para se adequar ao que ele desejava... Eles conversaram sobre como ela se sentia, ele prometeu mudar, mas nada mudou. 
Brenda cansou e lhe disse que a conheceu assim, que se sentia bem como estava e agora quem não o queria mais era ela, e que não precisava passar por aquilo.
A relação entre eles chegou ao fim, pois aquela mulher se amava e se autoaceitava, não permitindo que ninguém a dissesse como deveria ser, ou fazer, ou o que usar.

Quanto a Douglas? Ele infelizmente continua querendo mudar as suas parceiras, que muitas vezes, devido a baixa autoestima elas mudavam tanto que perdiam suas identidades, e então ele as deixava. No entanto, a ligação com Lorenzo estava cada dia mais forte.

Espera-se que no futuro aquele garotinho não siga o exemplo de seu pai, que faz tantas jovens se sentirem um nada depois que as deixa sem amor próprio, sem a personalidade que tinham e sem o brilho.

 Ela simplesmente seguiu sua vida e estava feliz com seu trabalho e corpo, apesar da relação com sua mãe não ser das melhores. Ela se amava, e continuava procurando um homem que a amasse como merece, apenas aceitando-a e vice-versa.

 

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