Somos todos iguais na lei.
Que lindo!
Que grande utopia.
Só é bonito e funciona no papel.
Você sente seu direito respeitado sempre?
E quando você é canhota e não tem uma carteira própria para você usar numa sala de aula e precisa se virar com a de destro?
Você se sente respeitado (a) quando estacionam na frente de um rebaixamento e você numa cadeira de rodas, ou com carrinho de bebê, ou usando bengala, andador e precisa dar uma volta grande para achar um rebaixamento acessível?
Você se sente respeitado (a) quando as calçadas estão irregulares, com obstáculos e então você precisa andar com o carrinho de seu filho, ou na cadeira de rodas na rua disputando com os carros?
Você se sente respeitado (a) quando espera no ponto por um tempão e o motorista do ônibus finge que não te vê e passa direto, ou nem passa e você precisa arrumar um jeito de chegar atrasada no seu serviço, talvez até correndo o risco de perder o dia de trabalho?
Você se sente respeitado (a) quando chega a um lugar e não pode entrar porque tem escada e te atendem do lado de fora de uma loja?
Ou precisam arrumar pessoas para te carregarem pra lá e pra cá?
Isto quando você não quer passar por esses constrangimentos e vai embora.
E os provadores minúsculos de uma loja, que são inacessíveis para uma pessoa obesa, ou com dificuldade de locomoção?
Provador para cadeirante até tem, mas não tem como mexer com a cadeira lá dentro.
Você precisa ver antes de sair para passear se o lugar é acessível ou não, senão você fica em casa.
Achar rebaixamento acessível é quase como achar agulha em palheiro.
Direito de ir e vir? TEM CERTEZA?
Devem estar de brincadeira.
Esse direito é cumprido?
Tantos direitos que lemos no papel e que na prática não passa de uma utopia.
Ou eu estou louca?
Porque tenho visto este direito apenas no papel... No dia a dia a realidade é bem diferente.
Olhar das pessoas na rua te olhando como se você fosse um extraterrestre também burla nosso direito de deficientes físicos de ir e vir, pois constrange.
Isto é preconceito?Claro que sim, mas faz uma pessoa com limitações pensar duas vezes se vai sair e enfrentar aqueles olhares indiscretos, curiosos e com perguntas inconvenientes.
Impede a pessoa de ir e vir, ou não?
Espero que esse direito um dia deixe de ser utopia, e saia do papel para se tornar prático, parte do nosso dia a dia.