terça-feira, 10 de novembro de 2009

VIDA


Ao ver o tempo é como está meu coração;
Sombreado, triste,  angustiado.
Os dias de sol iluminam-no.
Quando me lembro das pessoas;
Queridas e que me amam;
O meu coração fica irradiado de alegria;
Vejo o tempo passando rápido como um avião;
E sinto-me como uma idosa que observa tudo em meio à solidão;
A cabeça muitas vezes perturbada por minha própria pressão, autocobrança; 
Mente confusa, e com insatisfação comigo mesma;
Deparo-me com a crise de minha existência;
O que sou? O que fazer da minha vida? Quem eu sou?
Se o que quero é realmente o melhor para mim;
Se viver como vivo é vida?
Vale a pena tanta luta?
Buscar pelo que nem sabemos o que é?
Sei que a gente nunca é amada pelo outro como desejamos;
Sei que pôr muita expectativa no outro dará sofrimento a ambos;
Pois ele é ele mesmo e não fruto de suas expectativas; 
Nunca dará a você tudo o que espera dele;
O que ele é, é o que faz amá-lo;
Muitas vezes me assusto comigo mesma, pelas coisas que digo e sinto;
Fico me perguntando: Será que essas coisas fazem parte de minha essência?
Ou não passa de impulso momentâneo?
Quando esses conflitos acabarão?
Será que acabarão ou só se transformarão em outros?
Muitas vezes isolo- me do mundo, por ver que não me entenderiam;
Pensando que me julgariam, ou ririam do meu jeito de pensar;
Vejo as moças da minha faixa etária conversarem, se comportarem;
E me vejo como exclusa daquele meio em que convivo;
São poucas as que vejo parecidas e consigo melhor me relacionar;
Sinto-me muitas vezes inútil vendo as coisas acontecerem e eu não posso fazer nada para mudar ou ajudar;
Sou o que acho que sou, e o que verdadeiramente sou.
Só me basta saber o essencial: Quem sou eu hoje? Isso sim é o que importa... O resto é resto.

UMA FLOR SOBRE RODAS




 

    Rosa é uma menina muito inteligente, que ao nascer teve um pequeno problema na hora do parto, muito difícil de sua mãe, Karen.

Ela é primeira filha do casal recém-casado. Depois de dois meses, Karen e Ricardo descobriram que a linda menina não andaria mais, devido às complicações do parto.

 Foi uma época de grande desespero e tristeza para o casal, familiares, amigos.

A pequena Rosa, com sete anos, é uma menina muito linda com sua pele negra, seus olhos amendoados castanhos claros, seus cabelos negros cacheados, seus lábios carnudos, desenhados; seu sorriso alegre e encantador que causa admiração em todos que a veem. Apesar de não ter sido nada fácil para os pais explicarem a ela que não poderia fazer todas as mesmas coisas que as outras crianças da idade dela, eles sempre agiram normalmente com ela, como se age com qualquer criança_ dando-lhe limites, dizendo não e sim quando são necessários, mostrando que ela tem direitos, deveres, que ela é capaz de fazer o que quiser se lutar por isso, por mais difícil que seja. Que Deus a fez muito especial pra Ele. Não esperar as coisas na mão, porque não elas vêm se não fizer por onde. Davam-lhe muito amor e carinho, ensinavam-na a rezar, levavam-na à igreja, levavam-na à catequese para mostrar quem era o Papai do Céu, e o quanto Ele a amava. Todos os dias antes de dormir, ela rezava e agradecia por estar viva, e ter pessoas que a amam tanto e que ela também ama muito.

  Ela estudava muito, a amiguinha dela, Clara, ajudava-a como podia e conversavam, brincavam de bonecas, riam juntas. Aquela menininha tão tímida, mulata, com cabelo crespo, e confiável, leal; era sua única amiga. Embora outras crianças conversassem com ela, nunca brincavam com a menina, deixavam-na isolada. Isso a deixava muito triste por se sentir sozinha, e chorava escondido, baixinho para não deixar os pais tristes. Rosinha tinha sua amiga, mas ela nem sempre estava disponível, pois tinha a família dela também, portanto, queria ter mais amigos além de Clara. Além de não ter mais amizades, ter que ver as crianças correndo, pulando corda, e ela ali sentada sem poder fazer como eles; isso fazia Rosa sentir-se muito deprimida, diferente de todo mundo.

 Ela pedia a Papai do Céu para fazê-la andar, porque ficar naquela cadeira a deixava muito chateada, mesmo muito agradecida por Ele tê-la feito viver e ser tão amada. Ela era muito pequena para entender que na vida nada acontece por acaso, e que se Deus a pôs ali, Ele tinha um propósito e uma missão pra ela. Rosa necessitava de cuidados, não por ter uma deficiência, mas por ser delicada, meiga, e ao mesmo tempo era forte, tendo que usar “espinhos” para se proteger, como uma rosa, que é o seu nome. Aquela garotinha foi crescendo e observando as coisas que se passavam ao seu redor, ela sempre via a realidade dos outros, via que há pessoas em situações piores que a dela, e sentia também um conforto em seu coração grande e puro, por ser e estar como estava. Só que também se culpava por ficar triste por seu sentimento de solidão, pela sua luta diária em comparação ao sofrimento dos outros e se via egoísta.

Começou a se interessar pelos rapazes do colégio, mas nenhum deles interessava-se por ela, fazendo-a se sentir insegura, triste, a pior pessoa do mundo, feia, algo que não era. Ao contrário, Rosa era linda, tinha um corpo muito maravilhoso nos seus 15anos.

  Aos 17 ela se forma no colegial, tenta vestibular e passa no curso de seu sonho, biologia, pois assim, podia descobrir meios de quem sabe sair da cadeira de rodas, e também ajudar outras pessoas, através de pesquisas.  Seus pais sempre a ensinara ajudar o próximo. Na verdade, pensar mais nos outros que em si mesma. Claro que ajudar os outros a fazia bem, não era somente motivo de fuga de si mesma. E ela procurava não pensar em si mesma para não sofrer, e achava que se pensasse em si, estaria sendo egoísta. Sempre procurou colocar a família, Clara, conhecidos e até desconhecidos em primeiro plano em sua vida. Lutava para ser forte, e realizar seus sonhos, objetivos sem desistir, às vezes se sentia tão frágil, sem forças, insegura, mal consigo mesma, sozinha, mas precisava disfarçar para seus pais e até mesmo, sua melhor amiga não perceber nada. Era sempre brincalhona, dava força para as pessoas, era amiga de quem gostava dela, vivia sorrindo para se sentir mais alegre e fazer as pessoas ao redor dela sentirem felizes e refletirem mais sobre a vida deles. Sua companhia eram os livros de romance, televisão e os pais. Estudava muito, pois pensava muito em seu futuro e se cobrava muito para mostrar para ela mesma que era capaz. Sua amiga Clara, havia mudado de cidade, estudava e trabalhava, e raramente se falavam, pois a vida das duas era muito corrida, mas quando se viam elas se divertiam muito e colocavam os papos em dia. Rosa se apaixonou por um rapaz que se chamava Patrick e ele a deixava sem palavras. Diferente dos rapazes que conheceu, ele era inteligente; bem humorado; fiel; leal; com objetivos; sensível, enfim, o jeito dele encantava-a imensamente. Ela viu nele um novo amigo, se divertiam muito juntos quando se encontravam, e existia como que uma magia entre eles, que tornava o encontro deles muito especial. Ele morava longe, tornando complicada uma possível relação amorosa entre eles. Nem o que ela sentia por ele a fazia se desconcentrar de seus objetivos, e também ele dava muita força para ela continuar lutando, pois acreditava que ela era muito capaz, pelo menos era o que ele passava para ela, e Rosa sentia essa confiança que ele tinha nela. Seus pais ajudavam-na a estudar, levavam-na à faculdade, para casa de colegas para fazer trabalhos, eram sempre muito dedicados a sua única joia. Ela sempre grata a toda dedicação, também se dedicava o máximo possível para não decepcioná-los. Isso seria demais pra ela, ver um dia seus pais sofrendo por sua causa, mais do que ela já os fazia sofrer, ou pelo menos ela sentia muitas vezes um peso para eles. Às vezes ela fazia até certo sacrifício, como ficar em casa, sem sair, porque pensava que só estudando muito, ou os fazendo companhia, poderia recompensá-los de alguma forma para se orgulharem dela.

Ela se formou. O dia de sua formatura foi muito emocionante pra ela, seus familiares e sua melhor amiga, que veio especialmente pra vê-la em um dia tão especial. Foi um abraço forte com carinho e admiração que ela sentia por Rosa. Patrick não faltou, e ela ficou radiante, seus olhos brilharam quando o viu sorridente e emocionado por vê-la tão linda. Ele a abraçou de um jeito que ela nunca foi abraçada. Isso a deixou sem jeito, e ao mesmo tempo, felicíssima. Aquele foi o dia mais feliz de sua vida.

 Logo ela conseguiu emprego, pois suas notas eram as melhores da turma, e sua dedicação era vista por todos que trabalhavam com ela, pois tinha um grande potencial. Aos 21 anos, ela dá o primeiro beijo de amor na sua vida, no seu amado. Foi um beijo diferente, mágico, como todos os momentos que ela tinha com ele. Ficavam se encontrando, pois ele foi pedir permissão aos pais dela pra namorá-la, pois ele se apaixonou pela mulher que ela era, o jeito dela, nem via sua limitação física e tinha orgulho dela. Daí eles ficaram juntos, e ela trabalhando no que gostava. Podemos chamar de um final feliz, embora seus dilemas, insegurança consigo mesma, medos, frustrações, auto cobrança... Nunca acabarão, mas foram deixados de lado por um tempo, para aproveitar bem o momento em que vivia.

domingo, 8 de novembro de 2009

O PODER DE UM DEFICIENTE


Deficiente tem mais poder que possa imaginar, muitas vezes nem se da conta
Deficiente tem poder de ser exemplo pra alguém seguir

Deficiente tem poder de ser admirado pelo que é ou o que faz

Deficiente tem poder de fazer pessoas sentirem dó dele

Deficiente tem poder de fazer as pessos sentirem orgulho de estar ao seu lado

Deficiente tem poder de seduzir quando quer

Deficiente tem poder de saber desejar e se fazer desejado

Deficiente tem poder de fazer o que quiser

Deficiente tem poder dele mesmo se excluir

Deficiente tem poder dele também se incluir na sociedade






Deficiente tem poder de amar

Mas tem medo de não ser capaz de ser amado

Deficiente tem medo de sobrecarregar

Ser um peso pra pessoa amada e ela se cansar

Deficiente tem poder de ser inesquecível.

Deficiente tem poder de ser insubstituível pra alguém.

Deficiente tem poder de não se sentir inferior a ninguém.

Deficiente não tem poder de ser superior ou inferior, mas sim igual a todos

Ou alguém especial que de tudo é capaz.

Felizmente o deficiente tem mais espaço na sociedade, hoje menos preconceituosa.

Pode amar, estudar, namorar, trabalhar, dançar, lutar pelos sonhos, casar, passear.

Deficiente deixou de ter apenas esse adjetivo, ele hoje também pode ser eficiente, inteligente, capaz.

Basta dar-lhes uma oportunidade de mostrar quem são.

JORDANA

Cara, tenho pensado tanto em minha vida ultimamente: os erros, acertos, arrependimentos, medos… Mas vou voltar uns anos para vocês enten...